Alguns historiadores registram que quando resolveu transferir de Oeiras para Teresina a capital do Piauí, José Antônio Saraiva o fez levado por razões econômicas. Na sua concepção, era preciso reduzir a influência de Caxias sobre o comércio na província do Piauí. Nessa perspectiva, a criação da cidade barrou a expansão de um centro urbano que poderia prejudicar o desenvolvimento do Piauí.
Neste ano em que se comemoram os 160 anos dessa aventura que foi a fundação de Teresina, teremos uma eleição para a escolha do prefeito. Será a oitava vez em 27 anos que os eleitores irão às urnas para eleger um mandatário para a capital do Piauí, que parece mesmo necessitar ser refundada, seja porque é preciso melhorar seu desempenho econômico, seja porque há um sem-número de males a serem combatidos e soluções a serem buscadas.
Fiquemos inicialmente na questão econômica. Na última medição da economia pelo IBGE, em 2009, o Produto Interno Bruto da cidade era de R$ 8,7 bilhões. São Luís, a capital maranhense, tinha praticamente o
dobro do tamanho econômico, com a R$ 15,3 bilhões na soma de tudo o que se produzia.
Os números de expansão na análise de expansão do PIB entre 2008 e 2009 favorecem a capital piauiense. O PIB municipal subiu 15,92% entre 2008 (R$ 7,5 bilhões) e 2009 (R$ 8,7 bilhões). Foi bem mais que o que cresceu a economia de São Luís no mesmo período, com 4%. Porém, é preciso ter em vista que Teresina cresce sobre uma base menor que a de cidades do mesmo porte. Portanto, é necessário que se tenha maior ousadia.
É bastante adequado que se comece a pensar em refundar a cidade sob o ponto de vista econômico, identificando novas possibilidades e potencialidades de negócios. Nunca como agora as cidades necessitam estar de olho na expansão de suas economias. Com efeito, a gestão municipal não pode nem deve se limitar ao dia a dia da administração. É fundamental olhar mais longe. Como fez Saraiva 160 anos atrás.
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