sexta-feira, 23 de março de 2012

Educação infantil


O Brasil universalizou o acesso de crianças de 7 a 14 anos às séries do ensino fundamental – primeiro ao novo ano, muito embora em alguns Estados haja ainda um considerável contingente de crianças fora da sala de aula e o trabalho infanto-juvenil seja um poderoso impeditivo não apenas à frequência, mas também ao bom aproveitamento.

O maior acesso de crianças ao ensino fundamental não representa, infelizmente, uma esperança de futuro para milhões delas. Além das deficiências muito próprias de pequenos brasileiros que vivem em lares muito pobres, a imensa maioria desses estudantes do ensino fundamental terá seus primeiros encontros com a escola na primeira série, o que verdadeiramente não é algo positivo.

O ambiente da escola, então, não é o melhor dos mundos para a criança. Ela poderia e deveria ter iniciado sua trajetória escolar pelo menos dois anos antes, aos quatro anos de idade, no ensino infantil –  o que muitos de nós ainda chamaria de jardim da infância ou de alfabetização, termo que os educadores preferem substituir por letramento.

O ensino infantil é uma atribuição dos municípios. Tudo bem, mas temos uma enorme distância entre o que diz a lei e o que permite a realidade econômico-financeira de mais de cinco mil prefeituras, atoladas em dívidas, com gestão fiscal desmerecedora de tal qualificação e uma recorrente incapacidade de gerenciar
bem os recursos carimbados para a educação – isso sem se falar do mau costume das malfeitorias e traficâncias.

No entanto, há que se buscarem meios para ampliar a oferta do ensino infantil nos municípios. É certamente a oferta de escolas para crianças antes do ensino fundamental que vai ser a grande ferramenta para reverter o quadro de desempenho desfavorável das crianças nas séries iniciais, tendo como reflexos positivos um rendimento em todo o ciclo do ensino básico, o que repercutirá como êxito nas escolas de ensino superior e não apenas na educação, mas na pesquisa e na extensão.

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