sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Adeus, José Ribamar Coelho


Risonho, jovial, tinha o sorriso permanentemente aderido aos lábios e todos seus amigos o estimavam. Tínhamos quase exatamente a mesma idade. Ele de 7 de outubro, eu de 20 de junho. Esqueci o ano, já que faz tanto tempo!

Iniciamos uma sincera amizade em Uruçui, na sua agradável fazenda Sangue, por intermédio de nossos companheiros, os gêmeos Raimundo e Sebastião Leal, meus amigos mui chegados, que para ele eram como irmãos.

Raimundo Leal todas as vezes que ia “politicar” no Sul do Estado me telefonava para que o esperasse no aeroporto de Teresina. Baixaria o avião para me apanhar. Não me lembro onde a aeronave aterrissava, se em Uruçui, Benedito Leite ou nas proximidades. Mas, lembro-me bem, que a primeira pessoa que abraçá-
vamos era o Ribamar. Nesse tempo eu era mestre em contar anedotas. Ribamar adorava e sempre me pedia para repetir para seus amigos aquela das quais mais gostava. Hospedávamos-nos quer em sua residência em Uruçui, quer na fazenda Sangue, usufruindo de suas nímias gentilezas. Sempre tinha uma geladinha, com saboroso churrasquinho de carne bemgorda como os gêmeos Raimundo e Sebastião a doravam.

Era esposo de Dona Carmélia Martins e tiveram sete rebentos, Rita de Cássia, Goethe Rommel, Mercedes, Joanice, José Ribamar Júnior, Fernando e Almir. Sua simpatia inata o levou a trilhar os passos de Cícero Coelho, seu genitor, que foi prefeito de Uruçui de 1949 a 1952. Em quatro ocasiões Ribamar foi o primeiro mandatário de sua amada cidade: de 1959 a 1962; de 1967 a 1970; de 1973 a 1976 e de 1983 a 1988.

Cinco anos decorridos de seu último mandato, ajudou a eleger o competente filhote: Goete Rommel Martins Coelho, que pontificou naquela agradável comuna, de 1993 a 1996, imprimindo uma administração inteligente, dinâmica, honesta e de apreciáveis realizações.

Certa vez, influenciado por Ribamar Coelho, organizamos uma vilegiatura de lazer e de reminiscências daqueles agradáveis azimutes sulinos. Goete era prefeito de Uruçui. Lá estivemos com alguns amigos para fazermos uma excursão de férias, subindo o Velho Monge. Goete nos cumulou de préstimos, tal como fazia Ribamar, seu genitor, nos dourados idos. Alugamos a lancha do Cabeça Banca, experiente navegador daquelas águas encachoeiradas.

Levamos também um pequeno barco de alumínio com motor de popa e um Jet Sky. Os companheiros eram o José Milton de Deus Fonseca, João Carlos Ribeiro Gonçalves, José Maria Viana, Carlos Pacheco, e seus dois rebentos, Luís Cláudio e Vicente, e, ainda, Edward Castelo Branco Lins e os meus dois filhos Josias e Heitor Gil.

Vilegiatura inesquecível. Passamos pelo amável Zarur Formiga e seus sobrinhos, José Luis, Asdrúbal e Lúcio, nossos afáveis, adoráveis e prestativos amigos de um simpático formigueiro em Ribeiro Gonçalves. Tempos bons.

Infelizmente nossos amigos vão seguindo para a eternidade, e como Camões, “aqui ficamos sempre tristes”. Ao nosso inefável amigo Ribamar auguramos que a sua bondade e seu bom caráter iluminem a sua rota ascensional para chegar ao Reino de Deus. Deus Vobiscum.



HEITOR CASTELO BRANCO
DA ACADEMIA PIAUIENSE DE LETRAS

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