domingo, 12 de fevereiro de 2012

Educação e desenvolvimento


O Piauí é o Estado brasileiro com menor percentual de crianças fora da sala de aula: 6,2%. É um número animador na comparação com outros Estados, como o Acre, onde 15 em 100 crianças não estão na escola, mas ainda assim é preocupante, porque é necessário que o absenteísmo escolar seja um traço residual.

Estamos ainda muito distantes de uma educação ideal e todos sabem disso, daí porque os esforços para a expansão numérica de crianças na escola devem agora se voltar para a melhoria do ensino. Não é mais aceitável que um gigantesco contingente de crianças e jovens cheguem às séries finais dos Ensinos Fundamental e Médio sem compreender os textos que leem ou sendo incapazes de um raciocínio matemático elementar.

A abordagem do problema tem sido reiterada aqui e as soluções seguem sendo praticamente as mesmas: mais aulas de português, matemática, ciências; mais disciplina, valorização do professor e pagamento de salários maiores àqueles com melhor rendimento. Não há, então, o que inventar, porque instrução e disciplina sempre andaram de mãos dadas em qualquer escola.

O problema é sistêmico, é verdade, mas soluções pontuais mostram que há conserto. Escolas bem-sucedidas são dirigidas por gente que não gosta de indisciplina, que coloca alunos na linha e não teme exercer sua autoridade para cobrar o compromisso do professor com os alunos.

Posto assim, parece um exercício de  simplismo. Não é. Vencer a barreira do corporativismo e fazer do ambiente escolar um espaço da busca de excelência é algo tão complicado quanto promover uma viagem espacial.

Temos que ter em mente, no entanto, que é preciso cobrar mais de todos. É fundamental reduzir o absenteísmo dos professores ou mesmo afastar da sala de aula aqueles que fazem corpo mole ou cujo compromisso é mais com o contracheque do que com seus estudantes. É preciso ainda acabar com essa história de que aluno precisa de amor e carinho na escola. Quem dá amor e carinho é a família. Escola dá atenção e trata a todos com urbanidade, o que implica em disciplina mútua.

O Brasil precisa encarar educação como parte de um projeto de desenvolvimento econômico sustentável, sem o qual seremos candidatos a pobres no futuro. E isso precisa estar na cabeça das pessoas, sobretudo de professores, pais e estudantes.

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