quarta-feira, 7 de março de 2012

Respeito à história do PT


O Partido dos Trabalhadores é uma das instituições políticas que mais se legítimou com sua trajetória de autenticidade no Piauí e no Brasil. Quando o anseio dos mais necessitados por melhores condições de vida não encontrava eco nas siglas partidárias existentes; quando o grito dos assalariados e dos camponeses esmagados pela exploração, tinham como respostas a perseguição, a cadeia e a indiferença dos políticos profissionais, aí é que surge o PT. Antes de ser uma alternativa de poder, nosso partido se fez o próprio retrato do povo brasileiro: dos que trabalhavam e quase nada possuíam, sem o pão pra comer, teto pra morar, terra pra cultivar ou escola pra estudar; pouco ou nada tínhamos pra nosso sustento e vivíamos, no dizer do poeta, “ao Deus dará”.

Foi por isso que nos tornamos o partido dos explorados, dos reprimidos, dos humildes, dos pobres e dos injustiçados, uma voz que falava bem alto aos poderosos e insensíveis (que existiam e ainda existem no Brasil) que o povo merece respeito, que os trabalhadores precisam ser tratados como seres humanos em sua plenitude de direitos, não apenas como instrumento de produzir lucro, entre tantos outros ensinamentos que
o PT trouxe ao cenário político do país. Não podemos perder essa referência histórica. Aconteça o que acontecer na vida interna do partido, a nossa identidade está nessa trajetória. Como também está nos novos rumos que a política brasileira ganhou depois das ações desencadeadas por um certo sindicalista barbudo no ABC paulista e na abnegação de um pequeno merceeiro piauiense, que não teve medo de ser o primeiro candidato petista no Estado, embora muitos o vissem como louco e o tratassem com chacota… E vejam só
aonde esses abnegados nos levaram: à Presidência da República e ao Palácio de Karnak.

Tenho a honra de ter participado um pouquinho dessa bela caminhada. Cheguei em 1983, na oposição do Sindicato dos Comerciários. Conheci de perto o que era oligarquia. Os sindicatos eram controlados por verdadeiras castas, ninguém podia entrar, não havia democracia nem os direitos dos trabalhadores eram defendidos com a firmeza necessária. Vencemos as eleições nos comerciário e fizemos uma nova história no
sindicalismo piauiense. Agora, por causa de uma decisão que precisa ser tomada em relação às eleições municipais em Teresina, alguns estão querendo esquecer todas essas belas histórias, jogar tudo o que fizemos no lixo... Seria um fim melancólico pra todos nós. Não dá pra ficar de braços cruzados. Precisamos, todos e todas, juntos, reagir. O nome de uma companheira petista foi colocado no cenário eleitoral da capital piauiense. E o foi não por algum expoente político do partido, mas pela manifestação espontânea do eleitorado teresinense, através de pesquisa de opinião. Foram essas pesquisas que precipitaram um nome petista, que indicaram que o nosso partido tem condições de concorrer e vencer as eleições para prefeito da nossa cidade. Isso é uma honra para o PT e desafio para qualquer partido, ter em suas fileiras alguém
que desponta com enorme aceitação de um eleitorado bastante exigente.

Sou daqueles que está a defender a nossa história, e penso que só a manteremos se apresentarmos nossa candidatura própria, como já o fizemos desde 1985. Para mim não está em jogo nomes e sim um projeto. Temos um senador da República, eleito com votação histórica, resultante de um governo que empreendeu profundas transformações sociais em favor dos piauienses. Esse senhor, que os próprios partidários da tese de aliança com o PTB, ainda no primeiro turno, estranhamente, já lançaram candidato ao governo do Estado em 2014, vem sendo vítima de acusações e insinuações, num verdadeiro vitupério sem cabimento nenhum,
em total desrespeito aos militantes petistas e ao povo piauiense. A motivação desse descalabro, não se sabe! Mas, de uma coisa tenho certeza, não passa belas bandeiras históricas do Partido dos Trabalhadores. Acreditamos e confiamos na força de nossos filiados (comerciários, trabalhadores rurais, urbanitários, servidores públicos federais, estaduais e municipais, trabalhadores dos transportes coletivos, etc.), lembrem-se de nossas lutas, não vamos permitir que elas sejam enterradas de forma tão mesquinha e triste. Pela candidatura própria.



EVALDO CIRÍACO
MILITANTE PETISTA

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