quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulher e inserção social


Marta Suplicy, senadora e ex-prefeita de São Paulo, disse certa vez que não lhe aprazia celebrar o Dia da Mulher, porque isso sempre lhe trazia a lembrança da condição de inferioridade em que a mulher, mesmo nas sociedades com mais equidade de direitos entre gêneros. Não deixa de ser essa uma observação pertinente, considerando que o gênero humano feminino tem tido avanços, mas não a ponto de haver o equilíbrio dos direitos.

Tomemos a situação da mulher no Estado do Piauí, onde as mulheres têm em média quase dois anos a mais
de escolaridade que os homens, conforme atestou o IBGE no estudo intitulado Síntese dos Indicadores Sociais 2007- Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira. Nem assim elas obtêm equilíbrio na ocupação de cargos na administração pública ou recebem salários equivalentes aos homens.

É claro que estamos vivendo uma situação bastante mais favorável na comparação com a primeira metade do século passado – quando elas não votavam – e melhor que 30 décadas atrás, quando as mulheres não estavam ocupando posições de destaque na administração pública e em espaços de gerência e direção no setor privado. Porém, ainda muito o que se avançar.

O Piauí ainda tem centenas de milhares de mulheres vivendo com menos de R$ 70 por mês – o que as coloca em miséria absoluta, bem assim tantas outras que são provedoras de seus lares, mas não dispõem de uma renda própria por trabalho, emprego ou empreendedorismo pessoal.

Aliás, talvez a grande obra de um governo, um projeto de Estado, seja o de assegurar que uma quantidade crescente de mulheres ascenda social e economicamente. Como são muito mais preocupadas com a educação e o sucesso dos filhos, o êxito das mulheres é a garantia de que seus filhos serão bem-sucedidos.
Essa é pelo menos a regra, na qual evidentemente cabe alguma exceção, mas tão pequena a ponto de nem valer a pena citar.

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