segunda-feira, 19 de março de 2012

Brasileiro às portas da recessão


Ouço desde criancinha – já tem algum tempo – os estrangeiros comentarem que o povo brasileiro é muito
feliz, está sempre sorrindo e cantando. De fato, precisamos de pouco para esbanjar felicidade. Apesar de que a televisão nos bombardeia com propagandas de caráter apenas consumista de produtos pouco utilitários.

Poderíamos ainda recordar do governo que nos espolia com o imposto mais pesado do mundo (pouco retorno), é insensível ao aumento da violência e impassível à desindustrialização do país. Apesar do crescimento do PIB consolidar o Brasil como a quinta economia do planeta, passando a França a qualquer
momento neste ano, não deixa de ser ridículo o governo comemorar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E foi a própria ministra do Planejamento quem reconheceu que o governo previu 5% de crescimento contra os 2,7% da dura realidade de 2011.

A cara sem graça do ministro Mantega trouxe-me de imediato a lembrança de outro ministro do tempo que eu era menino, o Delfin Neto. Todo ano vinha ele com seu inigualável otimismo e suas promessas (metas) de inflação baixa para, no ano seguinte, com a maior cara de pau, justificar o fracasso do governo. Creio que Mantega substitui o mestre com louvor...

Porém, o país melhorou muito nos últimos 30 anos. E sabemos que com um pouco de “ajuste” o país ainda pode crescer muito mais, embora saibamos que o governo só vai baixar impostos e desonerar produtos industrializados se houver grande comoção nacional. Principalmente dos políticos, senadores e deputados, principais agentes (e responsáveis) de pressão aos governos.

Observamos que a felicidade também cresceu. E, curioso, é o Gallup World Poll quem comprovou isso através de uma pesquisa mundial. Nesta pesquisa, foram entrevistadas cerca de 200 mil pessoas em 158 países e, pela quarta vez seguida, o Brasil aparece como o mais feliz. E a pesquisa de 2011 verificou também, além da felicidade do momento presente, a expectativa de felicidade das pessoas para os próximos cinco anos. O Brasil foi o primeiro nos dois quesitos.

Ao atribuir notas de 1 a 10, as mulheres brasileiras tiveram, em média, 6,73 e os homens 6,54. Já, ao medir a expectativa de futuro as médias foram para 8,98 e 8,56, respectivamente.

Depois do Brasil, aparecem Panamá, Costa Rica, Colômbia, Qatar, Suíça e Dinamarca. Esperaríamos ver estes dois últimos como os primeiros, enfim... Outro que surpreende são os Estados Unidos da América com uma nota de 8,0, ficando na 14a. posição. Curiosamente, o Reino Unido está na posição 26, a Itália
em 56, a Alemanha, em 62, já Portugal é o 146o. Já entre os países da América Latina, a Argentina teve nota 7,4 e ficou em 41, o Uruguai em 46.

Outro ponto interessante da pesquisa foi verificar que as mulheres solteiras são mais felizes que as casadas, mas o índice cai com a idade. Já as que têm filhos menores de 15 anos são mais felizes do que as que não têm filhos.



MÁRIO EUGÊNIO SATURNO
PROFESSOR

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