domingo, 25 de março de 2012

Ruas do Brasil


Como um rio, ou mar, a rua se move sempre num fluxo de pessoas indiferenciadas e desconhecidas que, nós chamamos de povo e de ‘massa’. Falamos da rua como um lugar de ‘luta’ e de ‘combate’. Qualquer outro lugar (hospitais, escolas, cadeias, asilos, etc.) que não seja sua casa, onde tudo é medido pela competição e pelo anonimato cruel de individualidades e individualismos, consideraremos aqui, como rua”. (Prof. F. Roberto Matta-Antropólogo).

Nesse mundo exterior chamado de rua, a maldade e a insegurança são altamente diversificadas e ativas. Vazam como água entre os dedos, para todos os setores sociais, principalmente no que concerne ao nosso povo pobre.

Vamos então ligar nossos motores e começar nossa navegação nesse oceano de maldade e insegurança chamado rua. Não vamos nem aportar, vamos passar sem olhar fundo, primeiramente pela saúde do Brasil. A impressão que se tem é que o “corpo” da nossa saúde nunca foi ao médico, porque no dia que for, corre o risco de morrer, antes de conseguir uma consulta. E olha que o SUS é exemplar hein!?

E a nossa sempre faltosa educação? Parece que nunca assistiu uma aula, continua com professores desnutridos salarialmente, verbas surrupiadas, escolas e alunos abandonados pelo sistema. Nas ruas do Brasil existem exércitos de crianças e jovens que vão continuar na cegueira do saber, o que naturalmente
fará o encontro deles com o bastão–guia da marginalidade juvenil e adulta, num futuro muito próximo. Oh, meu Deus, lembrei agora dos nossos idosos, carregando nas costas o fardo pesado da desesperança. Velhos, e quase sempre taxados, e sem tempo, talvez, para esperar as benditas providências, que melhorem
a sua condição de maior abandonado.

Minha navegação particular poderia continuar por vários setores sociais como: segurança, transportes e outros. Mas, com pesar, acredito piamente que, para qualquer canto destas ruas que voltarmos o nosso breve olhar, a situação será igual ou bem pior. Tenho certeza que você deve estar pensando: será que
esse escriba acha que descobriu a pólvora, será? Porque esse assunto é “irresolvível”, como disse o ministro Magri, lembra dele? É inesquecível. Não, não é isso não, é que nem o meu, nem o seu, nem o
saco do brasileiro é de filó. Ou será? Sem demagogia, ver compatriotas, ainda hoje, morrerem por falta de assistência é inaceitável.

Você que acompanha esses meus simples escritos dominicais deve estar estranhando o azedume das palavras de hoje. Mas é que desde que me entendo por gente, desde que Adão era cadete do exército de Deus, espera-se a cura para os males crônicos que adoecem as ruas do nosso belo e amado Brasil. E olha que eu não sou nenhum assassino de esperanças de ninguém, mas o cenário que se desenha no front, para mim, continua nublado nas ruas do Brasil. É... mas vai ver que eu estou mesmo é bestando “sozim”.



LÁZARO DO PIAUÍ
ESCRITOR

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