Na semana passada o senador Ciro Nogueira esteve com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, para solicitar que seja incluída no Programa de Aceleração do Crescimento a barragem de Tinguis, no município de Brasileira. O pedido do senador faz sentido, mas é preciso lembrar que Brasília deveria olhar as coisas com mais praticidade.
A barragem de Tinguis é uma obra em que já foram investidos R$ 53 milhões. É muito dinheiro público que não pode ficar parado em razão da recorrente incapacidade da burocracia de fazer as coisas andarem. São necessários mais R$ 72 milhões para que a obra seja concluída, formando um lago de 293 milhões de metros cúbicos de água – cinco vezes e meia maior que o açude Caldeirão.
A demora na conclusão de uma obra tão importante tem ainda o condão de atrapalhar o início de outras obras hídricas fundamentais para o Estado, como as barragens de Castelo, em Juazeiro do Piauí, e dos Milagres, em Santa Cruz dos Milagres. Essas obras não somente criariam um enorme estoque de águas para irrigação no vale do Poti, como evitariam as enxurradas em Teresina.
O mesmo vale, aliás, para a reconstrução do maciço da barragem de Algodões II, em Cocal. Reconstruir aquela barragem é fundamental para melhorar a economia da cidade, que foi fortemente abalada pelo rompimento, que foi uma tragédia com mortes e sofrimento agudo e que prossegue com a ausência de um suporte econômico permitido pela água da barragem correndo pelo vale do rio Pirangi.
Como os investimentos federais no Piauí estão contingenciados e caíram quase pela metade entre 2010 e 2011, esperase que haja em Brasília a disposição para concluir trabalhos já iniciados – como a barragem de Tinguis. A conclusão da obra abre caminho para que se liberem recursos a novos investimentos públicos, inclusive as adutoras em outras barragens como Salinas (São Francisco do Piauí), Mesa de Pedra (Valença), Pedra Redonda (Conceição do Canindé), Corredores (Campo Maior) e Jenipapo (São João do Piauí).
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