sábado, 3 de março de 2012

Barragens e irrigação


O Piauí tem pelo menos dez grandes barragens que nunca se prestaram a produzir mais que peixes em escala comercial módica e lazer para veranistas que residem no seu entorno. Em lagos como o da barragem de Piracuruca, no município e rio com nome similar, além de nada se produzir, ilhas e margens foram ocupadas
irregularmente. A água acumulada nas barragens piauienses é suficiente para tornar produtivos mais de 100 mil hectares em áreas nos vales dos rios que poderiam estar perenizados se houvesse melhor gerenciamento desses recursos hídricos cuja reservação custou pelo menos meio bilhão de reais.

Mas o Piauí segue sem usar as águas acumuladas para irrigação. O uso econômico e social mediante a piscicultura, contudo, tem demonstrado que as barragens podem ser um gigantesco ativo a ser melhor explorado. No entanto, há que se estabelecer regras e isso o Estado está longe de conseguir.

Um dos mecanismos inaugurais do uso econômico da água é o estabelecimento dos comitês de bacia, processo em que o Piauí está para além de atrasado. O único comitê existente – da bacia do rio Piauí – é muito menos que um enfeite autárquico que até hoje não disse a que veio. Como não existem normas para o uso econômico dos recursos hídricos, temos um duplo prejuízo: nem irrigamos áreas que poderiam estar produzindo mais e perdemos água para quem faz o uso que quiser, quando e onde puder.

O Estado deve aos cidadãos um programa de uso econômico da água. É urgente que se trabalhe com o fito de fazer as barragens do Estado produzirem mais riqueza e isso somente se dará quando houver interesse
do setor privado, com licitação de águas para agricultura ou cultivo de pastagens irrigadas.

Quanto antes se estabelecerem políticas e normas de uso da água, menos riscos os ativos hídricos do Estado correrão. Também será maior a chance de termos um progresso econômico pelo uso racional e econômico da água, para produção de alimentos e geração de riqueza em vastas áreas do Piauí.

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