sábado, 10 de março de 2012

Velho problema, velha solução

No começo desta semana, 100 municípios do Piauí, a maioria no semiárido, decretaram situação de emergência por causa de seca. Dezesseis prefeitos declararam situação de emergência em seus municípios, mas a estiagem atinge pelo menos 100 cidades da região. Os prefeitos dos outros municípios estão preparando os decretos de situação de emergência.

Em março não caiu um pingo de água na região de Paulistana, Simplício Mendes. Em fevereiro, as chuvas foram tão finas que até os legumes que foram plantados se perderam, assim como todo e qualquer grão. Com as poucas chuvas em fevereiro e nenhuma chuva em março, a situação tende a ficar ainda mais insustentável.

Nesse contexto, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro, divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o quadro vivido no Estado do Piauí é também um reflexo dos números nacionais, divulgados na última quinta-feira.

A revisão para baixo da estimativa de produção brasileira de grãos de 2012, que foi reduzida em 0,8% na passagem de janeiro para fevereiro, para 157,5 milhões, deveu-se à estiagem que afetou a cultura da soja no Rio Grande do Sul e no Paraná. O montante projetado pelo IBGE para a safra de grãos representa uma queda de 1,5% em relação à safra do ano passado.

Mesmo com a pequena participação da produção piauiense nos números nacionais, o que faz acionar a sirene de alerta é que animais e pessoas já estão enfrentando sérios problemas de abastecimento. O governo tenta conseguir a aprovação de projetos e recursos para a construção de pequenas barragens e adutoras porque em alguns municípios nem adianta abrir poços porque não se consegue atingir os mananciais de água.

O pior em toda essa situação vivida pelos trabalhadores rurais do Piauí é que a convivência com a seca já parece normal, mas na realidade deveria ter nos ensinado lições para toda a vida. Porém, todo ano é a mesma coisa: perde-se a lavoura, o homem do campo sofre fome e sede, e as ações emergenciais
são buscadas a toque de caixa para minorar o problema. Sem dúvida, é hora de se mudar essa situação.

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