quarta-feira, 28 de março de 2012

Não era hora não, Chico


O Brasil ficou mais triste com a morte do humorista Chico Anysio, o maior artista da história deste País, responsável pela criação de muitos personagens, e por dar oportunidade a muitos outros artistas, em mais de 60 anos de carreira.

Só alguém brilhante como ele para criar uma cidade com tanta gente - Chico City. Cada um com características, modos, trejeitos diferentes. Chico Anysio com sabedoria fez sorrir e fez refletir o povo brasileiro com suas piadas engraçadas e suas críticas sempre verdadeiras e inteligentes. Com seus textos reflexivos e divertidos. Ele fez com que sorríssemos de nossas mazelas, dos nossos problemas. Um poeta já disse que: “O humor não é estado de espírito, mas uma visão do mundo”. Nesse prisma, poucos estudiosos, artistas e intelectuais dissecaram tão bem o Brasil, com tanto conhecimento de causa, sobre todos os aspectos, como Chico Anysio o fez.

Fora os seus filhos biológicos, Chico Anysio gerou mais de 200 “pessoas”. Foi jovem e velho, negro, jogador, político, professor, pai de santo, profeta, locutor, mulher, gay, rico, vampiro, pobre, malandro, taxista, machista, liberal. Ele foi muitos, sendo um só. Confrontando-se com pessoas que conhecemos que tem uma só cara e muitas personalidades. Chico Anysio nos deixou num momento delicado. Brasília, que inspirou bastante o seu senso crítico, passa por uma situação delicada, com a presidente Dilma Rousseff tentando medir força com o velho e insaciável Congresso, cheio de Justos Veríssimos e de Bentos Carneiros, tendo - isso fato inédito -, até os aliados como os mais insatisfeitos em seu governo.

Não era hora de ir embora não, Chico, a Salomé de Passo-Fundo, com suas opiniões assertivas, tinha que ligar para a presidente Dilma para dizer que não adianta lutar contra a maré feita pelos maus políticos; que o congresso é daquele jeito mesmo; que a grande maioria dos deputados e senadores sempre tenta fazer o
presidente do País refém; que isso existiu, existe e existirá. Que assim como a propina em licitações públicas, o ‘toma lá dá cá’ é parte da ética das velhas raposas - os maus políticos. A Salomé precisava lembra r isso à presidente Dilma.

Chico, este é ano de eleições para prefeitos e vereadores, e já tem candidatos mentindo mais que o Pantaleão.

Prometendo melhorar a saúde, educação e segurança. Mas o que eles querem mesmo “é que pobre se exploda”, como dizia o Justo Veríssimo. O que a grande maioria dos políticos quer mesmo é meter a mão no dinheiro público.

Os alunos de escolas públicas do Piauí estão sem aulas desde o final do ano letivo de 2011, “porque o salário dos professores... Ô!”, continua vergonhoso em todo o País, apesar de suas críticas.

A comoção das pessoas foi grande com o seu falecimento porque você foi o maior. Foi o que trouxe mais felicidades para o povo em muitas tardes e muitas noites na televisão, no rádio, no teatro, cinema. Em todo lugar em que você estava. Digo isso sem procuração, mas o nosso Piauí também seria mais triste, pois
foi você quem inspirou e deu oportunidade para o nosso João Cláudio Moreno ser o que é hoje - um dos nossos maiores orgulho. Resta-nos, agora, lamentar a sua morte e agradecer por você ter existido,
e nascido brasileiro.



VIDAL CARVALHO
SOLDADO DA PM/PI

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