quarta-feira, 28 de março de 2012

Carla Valois


O Visconde de Bolinghroke, estadissta inglês, Henry St. John (Londres, 1678-1751), condecorado “post mortem”, pela Rainha Vitória I (Londres, Inglaterra, 1819-Osborne, Ilha de Wight, 1901), não se cansava de repetir: “Os caminhos que conduzem à verdade e que imaginávamos longos, tortuosos e difíceis, revelam-se como são: curtos, abertos e fáceis de conduzirem à morte”. Assim é que a jovem profesora Carla Carvalho Ferreira, 27 anos (filha do conceituado Félix Valois, advogado e auditor do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí, mais conhecido pela maneira cativante como trabalha), pretendendo o diploma de “Bacharela em Direito”, notável “blogueira de moda”, criadora do bordão: “Les choses que j´aime” (“As coisas que amo”), inspiradora dos “looks” do dia a dia (baixar aos olhos nas novidades diárias), foi atraiçoada pelo inexorável mistério do desatino fatal.

O fato lamentável que originou a morte da inteligente Carla começou com a declaração do pai: “a filha estava em casa quando foi acometida do mal súbito. O coração de Carla parou por completo. Levada às
pressas para um hospital de urgência, tempo esgotado. Minha Carla estava morta”. Portanto, bom é darmos crédito às palavras de Félix Valois que me comunicou (por telefone) como acontecera a triste ocorrência). Palavras de um excelente pai.

Sopradas com asperezas por causa da ingrata sorte. Uma invocação de que é melhor esperarmos pela clemência de Deus, afã do primordial em viver após a morte e, consequentemente, conhecermos o início
de tudo, desde o nascimento da filha.

Quando Carla Valois estabeleceu o seu “blog” (ela mesmo criou no computador a sua cara: “les choses que j´aime” (“as coisas que amo”). Declinava que, ao criar o “bordão”, não gostava do curso universitário apesar de tê-lo por alguns anos. Por isso, o “blog” (a sua cara) surgiu como “escape” para não mais monitorar as atividades universitárias. Julgou ter acertado seu estilo de viver em paz com a sua consciência de moça séria e compenetrada com os deveres sociais.

No jogo definitivo enquanto “blogueira” de moda, enfrentando hábitos e costumes sob tendência da modernidade, atualizou conhecimentos até mesmo para condicionar necessidades diárias como a maquiagem e de, no momento aprazado, fazer-se presente como pessoa atraente, elegante e caridosa. Evidentemente, itens para inspirar beleza feminina como ser humano indispensável à vida em comum que
ela entendia como coisas e lugares definidos no mundo atual.

A dileta filha do Félix Valois procedeu de Ribeiro Gonçalves, conhecido município da região sul piauiense. Então, sejamos leitores atentos da crônica publicada, pois o trabalho é o protótipo da afirmação com indicativo da sobreposição a respeito da dolorosa saudade que também sentimos pela filha do contrito Félix Valois. E mais: dificuldades há para suportar a dor imensa da separação. Conservemos a fé em Deus. Em situações dilacerantes, a serenidade futura é o teto da alma pedindo trabalho por solução e preservação da
crença cristã. Basta que procuremos os versos do espiritualista Meimei: “Eleva pois, o teu olhar e caminha./ Luta e serve. Aprende e adianta-te./ Brilha a alvorada além da noite”.

Por fim, a lembrança do médium mineiro Francisco Cândido Xavier, estampada no seu livro: “Cartas do Coração”:

“Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá”. Agregamos o conselho de Chico Xavier à nossa conclusão: luz celeste iluminando o conformismo do pai, do prestimoso Félix Valois.




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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