quarta-feira, 28 de março de 2012

Esperança na educação


Pelo menos 50 formandos do curso normal superior (Pedagogia) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) estão obtendo nos próximos dias o diploma. Na noite de segunda-feira, os formandos – em sua maioria, mulheres – e suas famílias se reuniram para uma missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Não obstante
o laicismo do ensino no país, a missa contém boas lições de vida.

Desde logo é alvissareiro que vejamos pessoas celebrarem a formação como pedagogos em um país que por séculos tratou a educação mais como estorvo do que como um ativo econômico essencial ao desenvolvimento. Sim, celebram-se com júbilo grande a conclusão de cursos de licenciatura para a formação de professores – esses esquecidos.

A missa em ação de graças pela formação dos pedagogos deveria ser muito mais em louvor à decisão deles de trilharem o árduo e nem sempre compensador caminho da educação no Brasil. Mais do que isso, a cerimônia religiosa em si trouxe lições para os que tiveram a sorte de estar ali assistindo: o padre falou sobre a escolha da mãe de Jesus, filho de Deus, segundo a tradição católica. Em vez de uma mulher rica, instruída, mais experiente, optou o Altíssimo por uma jovem virgem, obviamente inexperiente e de poucas letras. Contudo, fez a escolha certa, porque elegeu quem melhor poderia educar seu rebento feito homem.

Mesmo para os céticos, a história tem um fundo essencial: o de que boa educação não se faz apenas com muito dinheiro, nem que é tarefa do governo, mas também da família. Boa educação começa em casa, mesmo no mais humilde dos lares, como era o de Cristo segundo estabelecem os Evangelhos. Isso posto, pedagogos que nos chegam como profissionais são uma dádiva, mas muito maior será o aproveitamento dela quanto mais elevado for o esforço da família em favor da educação dos jovens e crianças.

Que sejam bem-vindos os educadores que se regozijam por sua formação e querem fazer mais pelo ensino.

A eles temos que ter tanto respeito quanto dedicamos a médicos, advogados ou jornalistas – que não são nem melhores nem piores profissionais, mas diante que professores podem ser considerados, sim, menos importantes, porque podem salvar vidas, defender a liberdade e espalhar a verdade, porém não têm o condão de oferecer à maioria a necessária luz do saber

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