quinta-feira, 29 de março de 2012

Equívoco em saúde


O Hospital de Urgência de Teresina já vem sendo considerado superado por médicos e autoridades sanitárias. Assim, surge a ideia de que a cidade disponha de mais um serviço hospitalar para urgências e emergências. No entanto, tal proposição esbarra no fato de que os recursos públicos são limitados, o que nos remete a buscar não novos serviços, mas maior produtividade dos atuais.

Ora, mas como se ter maior rendimento de um hospital como o HUT, que trabalha no limite de suas possibilidades, atendendo a demandas de Teresina, do interior do Piauí e de dezenas de cidades do Maranhão? A resposta parece bastante simples: necessitamos que os serviços básicos de saúde em Teresina e fora daqui funcionem melhor e reduzam a pressão sobre a urgência e a emergência.

O que temos, infelizmente, é uma realidade em que serviços de pronto-socorro, seja aqui, seja em qualquer lugar do país, funcionam como a mais acessível e também a primeira porta de entrada ao sistema público de saúde. Então, não temos apenas um problema de demanda excessiva ou reprimida, mas de mau funcionamento das retaguardas de saúde pública.

Diante do fato sobejamente conhecido de que pronto-socorro não pode nem deve ser um regulador do sistema, defender a ampliação das plantas hospitalares para urgência e emergência é dar ao problema um tamanho maior.

Mais do que novos espaços físicos hospitalares para casos agudos de saúde, o país precisa é de melhoria da atenção básica. Eis aí, sim, um bom desafio.

Se as emergências médicas estão sempre muito cheias é claro que há algo errado. Esforços como o Programa de Saúde da Família e a construção de Unidades Básicas de Saúde, assim, parecem vãos, porque não conseguem impedir o volume de atendimentos médicos de emergência. Temos, então, que olhar para o problema mais pela gestão e menos pela construção.

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