sexta-feira, 30 de março de 2012

Hora primeira


Teresina é uma cidade cosmopolita. Apresenta aspectos comuns a vários países. Uma verdade consubstanciada na qualidade ou maneira de viver e, consequentemente, distribuindo inteligência espontaneamente, e com muita frequência. Na hora primeira dos elogios, acrescentamos existirem modelos de intelectualidade. Tal como a caracterização de Teresina recebedora do epíteto “cidade verde”.

Pelo fulgor da inteligência de Coelho Neto (Henrique Maximiniano Coelho Neto: Caxias, Maranhão, 1864-Rio de Janeiro, 1934), a visita de 1922 à capital do Piauí, serviu de arrebatamento para o conceituado escritor da época de antanho, ainda no período da República Velha. Coelho Neto ficara extasiado com a exuberância da verdura sem par das matas aqui existentes. Daí o nome duma revista surgida e espalhada convenientemente por todo o território nacional. E, ao dissertarmos sobre “Revestréis” na mais perfeita significação do que é contrário à ignorância como golpe que se aplica com as costas da mão evitando os apedeutas de ofício, espiamos o modo explicativo do Paulo José Cunha (Rio de Janeiro, 1951. Pequeno ainda, com os pais, mudou-se para Teresina. Atualmente, residência fixada em Brasília), autor da “Grande Enciclopédia de Piauiês”, no seu “revertério”: mudança de situações no universo das formalidades literárias.

De imediato, palmilhando o livro: “10 Mulheres Antes da Hora”, organizado pelo conceituado jornalista Fenelon Rocha (Fenelon Martins da Rocha Neto: União, Piauí, 1959), nos deparamos com a beleza das verazes palavras estampadas nas dez histórias envolvendo confessadas mulheres piauienses, todas predominantemente inclinadas para as coisas do espírito e da inteligência. Atributos aprovados por todos nós.

Ajuntando perspicácia às experiências jornalísticas, Fenelon Rocha escolheu argutos colaboradores para jornadearem o precioso compêndio. No preâmbulo da magnífica obra organizada por ele, o bem trabalhado texto de apresentação pertence à ilustre Lílian Martins. Qualificada para emitir opiniões, Lílian inovou o conjunto de argumentos e, assim, colocou Amélia Carolina de Freitas Bevilácqua, Antônia Alves Feitosa (Jovita), Elvira Mendes Raulino de Oliveira, Esperança Garcia, Francisca Trindade, Maria Genoveva de Aguiar Moraes Correia, Maria das Graças Cordeiro Ferreira, Nasi Castro Niède Guidon e Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz, sob proteção dos imortais habitantes do panteão literário piauiense.

Pelo perceptivo do Fenelon Rocha, o livro organizado para fluir leitura fácil e apurada, está afeiçoado aos dois versos do formidável Fernando Pessoa (Fernando Antônio Nogueira Pessoa: Lisboa, Portugal, 1888-1935): “Sinto-me nascido a cada momento/ Para a eterna atividade do mundo”.

Por fim, desejamos que haja mais “Revestréis” em nossa vida.. Que não se fuja aos rigores da ética no dia a dia das atividades literárias. Somente pelo gosto de ler (ou escrever) corretamente, teremos condições de legar aos pósteros o melhor do “revertério”que acabou imortalizando o “príncipe dos poetas”: Da Costa e Silva (Antônio Francisco da Costa e Silva: Amarante, Piauí, 1885-Rio de Janeiro, 1950).





CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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