sexta-feira, 9 de março de 2012

Candidatura do PT em Teresina

Quando fundamos o PT, em 1980, o ambiente político era hostil, marcado pela falta de liberdade. Não havia, então, quase nada que permitisse vislumbrar qualquer possibilidade de sucesso de um partido com o ideário do PT, que dentre outros valores destaca a democracia e a inclusão social, traduzidas na melhoria de renda e de vida, bem como no respeito à cidadania de todas as pessoas, inclusive as mais pobres, ampla maioria da sociedade.

A estratégia que adotamos no Brasil e no Piauí, onde se destacou a liderança política e intelectual do professor Antônio José Medeiros, possibilitou o persistente crescimento do PT, embora tenha levado algum
tempo para que este crescimento se traduzisse na eleição dos primeiros parlamentares. Ela se caracterizou por forte valorização das relações com movimentos sociais organizados, bem como com o movimento sindical; só aos poucos o partido percebeu a importância do diálogo com todos os segmentos da sociedade, o que foi indispensável à conquista dos primeiros espaços no âmbito do poder executivo. Outro elemento fundamental da postura petista, diante da adversidade com que suas propostas eram recebidas, foi a valorização da participação nos processos eleitorais como protagonista. Aí o lançamento de candidatura própria apareceu sempre como central; o meio que encontramos para projetar nossa bandeira e dar visibilidade a nossas propostas, bem como de lançar novas lideranças.

O tempo passou e com ele até as pedras mudam. Todavia não se trata de fazer mudanças de modo mecânico, muito menos sob o efeito de influências externas ao PT. É certo que depois da experiência de governar o Brasil e o Piauí, com ampla aprovação popular, não vivemos mais a conjuntura do lançamento de candidatura majoritária apenas para levantar a bandeira. A bandeira do PT já é a mais alta dentre os partidos brasileiros no conceito popular.

Porém, é também óbvio que não se pode equiparar a eleição em Teresina à eleição em boa parte das pequenas cidades do Piauí, onde a inserção do PT é, em muitos casos, limitada. Teresina é a capital, tem a
maior atividade econômica, a maior concentração de serviços públicos e também as maiores contradições. Basta verificar o peso de questões como: segurança, saúde, trânsito e transportes públicos, drenagem de á-
guas fluviais, esgotamento sanitário, crescimento acelerado da periferia. São questões relevantes, diante das quais um partido com a história do PT não pode passar ao largo. É preciso dizer à sociedade quais as alternativas que propomos. A ampla aprovação dos governos Lula e Wellington Dias, em Teresina, potencializa a existência de forte expectativa por um governo do PT na capital, submetida a um mesmo e limitado modelo de gestão por muitos anos.

Além disto, é importante destacar que, este ano, as eleições nas capitais serão um confronto de projetos. Em São Paulo, o PSDB já anuncia seu principal nome, Serra, enquanto nós petistas destacamos o brilhante ministro Fernando Haddad. O projeto petista, de desenvolvimento com distribuição de renda e resgate dos serviços públicos, está longe de consolidado e tem adversários poderosos no mundo econômico, bem como na grande mídia. Isto torna muito relevante a preservação e ampliação dos espaços de defesa do nosso projeto. Por tudo isto, penso que é fundamental a apresentação de candidatura própria do PT em Teresina. Dispomos de diversos nomes, entre eles o da deputada Rejane Dias que está bem posicionada em todas as pesquisas. É fundamental que os petistas de Teresina, de modo democrático, compareçam à votação do dia 25 de março e que exercitem sua soberania pensando nas responsabilidades que nosso partido tem na capital, no Piauí e no Brasil.



MERLONG SOLANO NOGUEIRA
DEPUTADO ESTADUAL - PT

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