quinta-feira, 8 de março de 2012

Conquistas e desafios para as mulheres em 2012


Quando se aproxima 08 de março, Dia Internacional da Mulher, sempre nos deparamos com os apelos publicitários que elogiam e parabenizam as mulheres. Geralmente, as mensagens expressam uma grande valorização da mulher, tanto no âmbito familiar como na esfera pública, seja na condição de profissional ou como liderança de diferentes grupos sociais. No Brasil, não podemos negar que estamos em alta, votamos e elegemos a primeira presidenta do país, Dilma Rousseff, que mesmo se mantendo de forma ética e responsável na gestão do governo federal, seus atos governamentais relacionados às mulheres brasileiras ainda não deixaram de ser propostas e metas a serem alcançadas em um tempo indefinido. No final de
2011, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou a necessidade de superação da situação de desigualdades enfrentadas pelas mulheres no país, e que isto deverá ser alcançado pelo Poder Público através de políticas que incorporem a perspectiva de gênero, raça e etnia nas várias dimensões do mundo do trabalho e na sociedade como um todo.

Infelizmente, as estatísticas de mortalidade apontam que uma mulher é morta a cada duas horas no Brasil, o
que coloca o país na 12ª posição na classificação mundial de homicídio de mulheres. Portanto, mostra-se urgente e imperativo o enfrentamento deste desafio no combate a violência contra a mulher. Nesse cenário negativo, não podemos esquecer um dos principais avanços obtidos pelas mulheres brasileiras. Trata-se da Lei Maria da Penha, um instrumento jurídico de defesa, que tem contribuído significativamente para a mudança de mentalidade da sociedade em relação à violência de gênero. Porém, em relação às políticas públicas de combate à discriminação por gênero, o Brasil está ao lado de outras nações do terceiro mundo tais como: Argélia e Zimbábue.

No entanto, de forma paradoxal e surpreendente, as mulheres brasileiras estão mostrando que filhos, marido, uma casa para cuidar e os eternos preconceitos  não  são bar  rei ras   intransponíveis para atingir o sucesso
profissional e a realização pessoal. Atualmente, as mulheres alcançaram a igualdade em relação aos homens no ensino superior, embora, em várias regiões do mundo ainda sofram com a dificuldade de acesso a educação desde o ensino infantil.

O índice de analfabetismo também ainda é muito alto entre as mulheres, especialmente as negras e aquelas residentes nas zonas rurais. Com determinação estamos progressivamente ocupando o mercado de trabalho. Ainda que timidamente, ingressamos na política e rapidamente chegamos a Presidência da República. Social e culturalmente superamos as ideologias e as relações de submissão que eram regras da vida a dois nos anos 40.

Como nas letras de diversas canções das noites dos machistas trovadores, tais como Emília, de Wilson Batista, que traz nos seus versos: Quero uma mulher que saiba lavar e cozinhar/ Que de manhã cedo me acorde na hora de trabalhar/ Só existe uma/ E sem ela eu não vivo em paz/ Emília, Emília, Emília Não posso mais.

Finalmente, superamos esta condição de submissão, ingressamos nos diferentes espaços públicos de forma
competitiva, somos profissionais competentes, mas continuamos sendo mães, mulheres e amantes. Não queremos ser homenageadas com flores, discursos evasivos ou exaltadas pela beleza física e/ou sexual, queremos sim, ser reconhecidas em nossas qualidades e competências, amadas e acariciadas em nossas parcerias e, sobretudo, conquistar o fim da discriminação e da violência e o direito ao trabalho, à saúde e à educação. Assim podemos dizer a todos e todas: Somos felizes no Dia Internacional da Mulher



PROFA DRA MARIA DO
LIVRAMENTO F. FIGUEIREDO
COORDENADORA DO NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE
GÊNERO – NEPEM

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