terça-feira, 13 de março de 2012

Uma nova Era?


No começo do mês, quando em assembleia dos presidentes das Federações estaduais de futebol foi decidido, por unanimidade, a manutenção de Ricardo Teixeira à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) escrevemos aqui sobre a possibilidade perdida de se por fim ao longo reinado de Teixeira naquela órgão.

Ontem, o presidente da CBF, renunciou à Confederação que controla o futebol nacional. Além disso, também deixou o COL (Comitê Organizador Local da Copa-2014), acerca de dois anos para o Mundial. A repercussão, como não poderia deixar de ser, foi intensa e contraditória, como a própria gestão do expresidente.

Muitos festejaram, como o ex-jogador e atual deputado federal Romário, que chegou a dizer que ‘estamos nos livrando de um câncer’. Mas se formos levar em conta as declarações de José Maria Marin, que assume o lugar de Teixeira, ‘pouca coisa vai mudar”, uma vez que ele disse que manterá uma administração de continuidade.

O próprio Ricardo Teixeira, em carta lida pelo seu sucessor, diz que ‘vai cuidar da saúde e ficar com a família, mas se coloca à disposição para continuar “colaborando com o futebol brasileiro”. Marin, que cumprirá o restante do mandato, até 2015 e também herdará o cargo no COL, já recebeu do Ministério do Esporte o compromisso de cooperação. Em nota de dois parágrafos, o ministério reafirma sua determinação de continuar cooperando com a entidade responsável pela organização do Mundial.

E é muito bom que assim seja. Nesse momento, não há mais tempo para que mudanças de direção, por mais importantes que sejam, impliquem, também, em qualquer processo de interrupção de continuidade nos projetos já em curso para a Copa do Mundo. “Seguiremos trabalhando em harmonia para o êxito das tarefas comuns necessárias ao sucesso do evento”, garante a nota do ministério.

Mas nesse clima de ‘voto de confiança’ volta à cena o momento em que o representante do Sudeste e ex-governador de São Paulo, Marin, novo dirigente da CBF, recentemente foi flagrado por câmeras de TV colocando no próprio bolso uma das medalhas da premiação do título da Copa São Paulo de juniores conquistado no último dia 25 de fevereiro pelo Corinthians. Na ocasião, Marin disse que se tratava de “uma cortesia” da Federação Paulista.

Espera-se que ‘cortesias’ que venham a manchar nosso futebol e/ou a organização da Copa do Mundo em nosso país, não sejam regra dessa nova gestão de continuidade. Vale lembrar que o chamado dossiê da ISL, ex-agência de marketing da entidade, falida em 2001, que será avaliado pela Corte Federal da Suíça e tem documentos considerados comprometedores para Teixeira, já é suficiente para se exigir mais transparência
da nova administração.

Afinal, mudar o futebol brasileiro significa retirar de campo figuras perniciosas que só concorrem para piorar o estado de coisas em que essa paixão nacional foi colocada. Não é tarefa fácil, mas já passa da hora de dar cartão vermelho para dirigentes que empobrecem o futebol, mas que, segundo um crescente número de denúncias, ganham muito com isso.

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