quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Crepúsculo dos Deuses

No livro: “Cristãos que se Beijam e o Crepúsculo dos Deuses”, João Paulo dos Reis Velloso (Parnaíba, Piauí, 1931), descortinou as origens do Cristianismo bem como a prosperidade das primeiras comunidades cristãs espalhadas por todo a importância do mar Mediterrâneo. O atento historiador incluiu no compêndio os marcantes episódios do idealismo civilizável e, como conveniência, as pertinências do Cristianismo incorporado à cultura grega. Ademais, João Paulo dos Reis Velloso não esqueceu o nascedouro do império romano engastado na aculturação (fenômeno proveniente do contato direto com a cultura grega). Ao depois,
demonstrativo das perseguições e aparecimento dos mártires cristãos, fito de universalizar o reconhecimento definitivo do Cristianismo pelo Imperador Constantino, o Grande, o primeiro de Roma desde que avistou no céu uma cruz com os dizeres em latim: “In hoc signo vinces” (sob este signo vencerás), que mais tarde adotou em seu estandarte de guerra.

No que diz respeito aos cristãos que se beijam, a praxe era costumeira nos encontros dos fiéis e nas celebrações realizadas em locais de segurança, principalmente nas catacumbas (galerias subterrâneas onde os primitivos cristãos se reuniam secretamente) a fim de ludibriarem os perseguidores inculcados nas atitudes dos Césares, os intitulados deuses do paganismo romano. O beijo expressava o amor entre os cristãos e de comunhão no Espírito Santo, que ligava uma pessoa a outra, a fim de produzir um corpo social unificado. Na
odisseia do apóstolo Paulo (antes da conversão, Saulo, o perseguidor de cristãos), existem detalhes pródigos no Novo Testamento. Incluindo-se ainda Spartacus como líder dos gladiadores e não como rebelde escravo. Adiantamos, assim, que as explicações sobre o Apocalipse (o último livro do Novo Testamento onde a interpretação primordial trata de “Revelações”), se referem à época propícia do aparecimento de um novo Mundo, derruindo o que ainda existia do Império Romano, início do ano 380 depois de Cristo.

O arguto Reis Velloso considerou nos exemplos contidos na História das Religiões, haver exemplos de incontida alegria: “graça das grandes coisas e referências sobre a Virgem Maria. Analogias contidas no Corão (Al), o livro sagrado do islamismo. Evidentemente, visões que não se apartam do contexto livre da crença sobre a qual a cidade de Meca com a sua ´Cabala´ (tratado filosófico-religioso hebraico) e o ´Vaticano´como Estado, formatam uma cultura dimensionada pelo destino. Obtendo, ambas, a reconciliação caso entendamos a Bíblia Sagrada como instrumento de Paz e Concórdia. Assim, e compreendendo a essência da doutrinação explicitada na valiosa obra sem as peculiaridades do ortodoxo como existem noutros livros de abordagem ao cristianismo universalizado sem faltar o pragmatismo dos muçulmanos, consideramos que Reis Velloso usou a persuasão como objeto de divulgação da palavra do apóstolo João, na lição de que Cristo sempre foi alegria entre os homens.

O procedimento de Reis Velloso foi o de colocar bem distendida a declaração de Cristo já ressuscitado, diante dos discípulos, antes da ascensão buscando o Pai: “... Recebereis uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas, em Jerusalém, em toda Judeia e a Samaria, e até os confins da terra”. Naturalmente, se referindo ao Mundo dominado pelos romanos. Consequentemente, a poderosa reflexão de Reis Velloso felô debruçar na confecção do livro. Traduzindo o seu intento em triunfar perante a crítica de cunho eminentemente religiosa. Como está provado no epílogo do “Cântico dos Cânticos” que
o Concílio de Trento em três etapas, de 1545 a 1563, aprovou na “Vulgata”, ou Bíblia Oficial da Igreja Católica, com 72 livros (Antigo e Novo Testamento ou 73 livros, se se separar “Lamentações do Livro do profeta Jeremias”: (…) “As águas da torrente jamais poderão/ Apagar o amor,/ Nem os rios afogá-lo”. Conclusão sobre a qual os cristãos buscam a identificação como fiéis entendidos em um corpo só, corpo místico do Cristo e que, aqueles que se entusiasmam pelo mesmo propósito, podem buscar o Cristo,
ou mesmo o Pai, porque Deus é bom e fez o homem à sua imagem e semelhança”.




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR  

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