sábado, 5 de novembro de 2011

Ações contra fogo


O incêndio do prédio onde funcionavam as secretarias da Saúde (Sesapi), de Trabalho e Desenvolvimento (Seted) e a ControladoriaGeral do Trabalho, que causou danos financeiros e à memória das repartições, poderia e deveria ser encarado como uma oportunidade para incentivar pelo menos três ações de governo – todas com o fito de reduzir possibilidades de sinistros ocasionados pelo fogo.

Uma dessas iniciativas seria dar início imediato a um esforço para verificar as condições em que se encontram as fiações elétricas de prédios públicos no Piauí, já que a quase totalidade deles é bem antiga. O Centro Administrativo, onde fica o prédio sinistrado, é uma obra do governo Lucídio Portella (1979-1983). Com fiação antiga, prédios públicos certamente estão sob risco de danos pelo fogo e, em casos mais especiais como o Museu do Piauí e o Arquivo Público (Casa Anísio Brito), um incêndio destruiria arquivos e fontes essenciais da história do Estado.

Medida bastante útil e necessária, além de bem mais simples, consiste em que toda repartição pública tenha uma brigada antifogo, o que certamente favoreceria que se apontassem medidas preventivas contra incêndios – incluindo a manutenção permanente e periódica de equipamentos como mangueiras e extintores.

Outra medida que precisa ser adotada é reforçar o papel do Corpo de Bombeiros na concessão de alvarás de funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviço, e habite-se para novos prédios. A inspeção dos bombeiros deve ser uma rotina firmemente cobrada pelas autoridades, porque tal providência reforça a segurança das pessoas.

Como suporte ao trabalho dos bombeiros, fazse necessário também que o governo do Estado, diretamente ou através da Agespisa, amplie a rede de hidrantes da cidade de Teresina e de algumas cidades do interior do Estado onde existem quartéis do Corpo de Bombeiros. A atual rede de hidrantes é antiquada e não tem capacidade de atender uma eventual demanda resultante de um incêndio de grandes proporções –  como foi, aliás, o caso do fogo no Centro Administrativo.

Ações preventivas contra incêndios – sejam em prédios públicos ou edificações particulares – podem até ser financeiramente custosas em um primeiro momento. Contudo, são bem mais elevadas as perdas materiais causadas por incêndios. No caso de documentos, da memória histórica e de vidas humanas, um preço que nunca pode ser mensurado.

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