terça-feira, 29 de novembro de 2011

Negócio esquecido


O governo e empreendedores piauienses ignoram solenemente um negócio de quase meio bilhão de reais, puxado pelo consumo local de frutas, hortaliças, carne de pequenos animais, aves e peixes de criatório. Esse segmento da agroeconomia tem sido percebido se não com enfado, pelo menos com atenção aquém da necessária.

Incapaz de abastecer o mercado interno, seja por falta de investidores, seja pela ausência de técnicas de manejo e cultivares adequados, a horticultura é um exemplo do pouco ou nenhum apoio oficial. Afora experiências pontuais com o pouco ambicioso fito de gerar renda mínima para pessoas carentes, no Piauí jamais prosperou qualquer atividade olerícula comercial.

Mesmo experiências bem-sucedidas com fruticultura irrigada e avicultura encontram dificuldades até para colocar seus produtos no mercado local. Pequenos produtores, então, esbarram na incapacidade logística, dominada por grupos instalados na Central de Abastecimento do Piauí (Ceapi) como uma espécie de barões dos hortifrutis.

É certo que a agroeconomia voltada para hortifrutis, peixes, aves e ovos tem o grave defeito de não estar articulada, produzir irregular ou sazonalmente e, nessa condição, não dispor de meios para competir com quem está mais preparado e atua de maneira bastante profissional. Mas é igualmente correto indicar que os governos estadual e dos municípios precisam estar atentos para criar meios que favoreçam produtores locais.

Na inexistência de uma política oficial de apoio a esse setor da economia – que emprega mais pessoas que a pecuária e o agronegócio do grão, fortemente apoiados pelo governo – faz-se necessária a construção de mecanismos incentivadores de uma atividade produtora de hortifrútis, ovos, frango, peixe e carne de pequenos animais – porco, caprinos e ovinos.

Há pelo menos três boas razões para uma política de incentivo: são atividades que empregam muita mão de obra, possibilitam a criação de plantas simples de processamento e possibilitam um retorno rápido do investimento, embora esteja sujeito às variações de um mercado cada vez mais exigente.

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