Mais um ministro da presidente Dilma Roussef, Carlos Lupi, ‘herdado’ da equipe do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, está enrolado em histórias mal explicadas com desvios e malfeitorias através de organizações não-governamentais. É difícil que chegue ao final desta semana no cargo, porque o padrão atual tem sido o das denúncias em série, artilharia que costuma derrubar até mesmo aqueles que, como Lupi, dizem só deixar o cargo a bala.
Apesar de declarar que ama a presidente e até mandar beijo para Dilma Rousseff, Lupi precisa ser mais
convincente que isso. Por mais que tenha se explicado, não é crível que desconhecesse as irregularidades que foram apontadas por organismos como a Controladoria Geral da União. Se não tem culpa por prática de corrupção, o ministro é, no mínimo, responsável por omissão.
A queda de Lupi – quase uma certeza entre os atores políticos – vai ampliar o número de ministros decaídos porque não conseguem explicar histórias de irregularidades em que pessoalmente se envolveram. Mas isso em vez de ser uma tragédia é, certamente, uma notícia boa: nunca em tão pouco tempo a sistêmica corrupção fartamente documentada e retratada derrubou tanta gente.
O Brasil em que ministros de Estado caem porque cometeram erros é o mesmo em que iniciativas legais se espalham para exigir o cumprimento estrito do preceito constitucional da moralidade pública. Em dez Estados e dezenas de cidades, leis estaduais e municipais retiram da administração pública os ocupantes de cargos públicos condenados em segunda instância. São as chamadas leis da ficha limpa – uma boa iniciativa para evitar o desperdício do dinheiro público escoado aos montes pelo ralo da corrupção.
Não é, claro, o caso dos ministros da presidente Dilma a condenação em segunda instância. Eles saem porque as evidências de suas malfeitorias se tornaram grandes demais para serem ignoradas. Por isso é que uma lei da ficha limpa é importante, já que corrobora a moralidade pública como essencial ao exercício da função pública.
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