quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Projetos e planejamento


As eleições do próximo ano poderiam e deveriam ser um espaço privilegiado para uma discussão que sempre é deixada em segundo plano: a capacidade dos municípios de elaborar projetos e programas que resultem em mais investimentos públicos e, consequentemente, na atração posterior de negócios privados.

Embora o tema em pouco ou nada concorra para sensibilizar eleitores, mais afeitos ao clima de decisão de campeonato em que as eleições costumam se transformar, discutir desenvolvimento sustentado é uma necessidade destes tempos em que dinheiro público vai se tornando mais raro e mais sujeito à pesada vigilância de pessoas e instituições – sempre bastante preocupadas em evitar desvios, mau uso e gerenciamento danoso.

O fato é que a imensa maioria dos municípios perde dinheiro porque não consegue elaborar projetos executivos para obter os recursos junto às fontes de financiamento público. Assim, as pequenas cidades seguem sendo administradas com verbas carimbadas da saúde, educação e rede de assistência social. Projetos mais elaborados para equipamentos urbanos e ações de desenvolvimento local tendem a ser uma meta inatingível.

Se nas pequenas cidades a carência técnica para elaboração de projetos é uma realidade triste e difícil de ser transposta, esperava-se que cidades médias de Estados como o Piauí – aquelas com mais de 30 mil habitantes – pudessem dispor de meios mais elaborados para obter recursos de investimentos. Porém, não é isso que ocorre.

Mesmo Teresina, que dispõe de uma estrutura de planejamento bem sedimentada, tem padecido com a falta de bons projetos para obter recursos.

Mesmo que o tema seja insólito e árido, é bastante razoável que pelo menos líderes de opinião tentem forçar nos candidatos uma discussão e um compromisso quanto ao planejamento de longo prazo – ainda que em cidades muito pequenas. Sabe-se que desde o começo deste ano, sob um olhar bastante técnico da presidente Dilma Rousseff, Brasília tem ampliado as exigências para fazer convênios com os municípios, porque o propósito é fazer com que o dinheiro seja bem aplicado e isso somente é possível com projetos bem elaborados.

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