quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sobre o PIB piauiense


Os números divulgados ontem sobre a economia do Piauí podem ser lidos das mais variadas formas. Ei-los, em resumo: o Estado teve uma expansão de 6,2% em 2009 em relação ao ano anterior; o Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 19,031 bilhões contra R$ 16,761 bilhões no exercício anterior; o Piauí segue como a 23ª economia entre os 27 Estados da Federação e sua participação no conjunto da economia brasileira é de 0,6%.

O Estado ainda tem o menor PIB ‘per capita’ do país – R$ 6.051 –, mas no período entre 2002 e 2009 sua economia se expandiu a uma taxa acumulada de 46,4%, puxado em parte pelo excepcional desempenho de um setor altamente demonizado, o agronegócio, que em 2009 experimentou retração na ordem de 2,7%, mas que no ano passado cresceu e este ano, também.

Os números são para celebrar? Sim, são, porque, sobretudo, na agricultura e indústria, vão desenhando uma necessária e saudável redução da dependência que se tem de fontes de recursos públicos. Os mais de dois terços de participação do setor de serviços na formação do PIB incluem ganhos da administração pública – incluídos benefícios previdenciários e programas outros de transferência de renda. Logo, quando indústria e agropecuária ampliam sua participação na economia, essa é uma boa notícia.

O dado segregado de 0,6% de participação no PIB brasileiro certamente é olhado com desdém pelos que praticam a arte de analisar economia sempre pela pior perspectiva. Porém, se olharmos um pouco mais para trás, menos, aliás, de uma década, perceberemos que essa ínfima participação era ainda menor: 0,4%. Ora
0,6% representa que a economia do Piauí dobrou de tamanho nos últimos anos e, mais do que isso, que foi mais dinâmica do que a economia brasileira, cujas taxas de crescimento sempre têm ficado aquém do desempenho do PIB do Piauí.

O que nenhum piauiense pode nem tem direito é de conformar-se com as taxas de crescimento atuais – mesmo que maiores que o restante do país. O Piauí necessita expandir sua economia com índices de crescimento chinês e, para tanto, não apenas devem ser bem-vindos os investidores como se faz necessário que nossos esforços estejam sempre focados em trazer para cá uma crescente quantidade de investimentos públicos.

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