sábado, 12 de novembro de 2011

Rodoanel, logística e economia


O governo do Piauí, em boa hora, anuncia sua disposição de, com recursos próprios, construir parte do rodoanel necessário para tirar milhares de caminhões pesados da zona urbana de Teresina, sobretudo na zona Sul, a mais afetada por um trânsito cada vez mais lento – em boa parte do dia e não apenas em horários de pico.

Deu-se por iniciado o processo licitatório para a obra, que terá 28 quilômetros de extensão e inicialmente está orçada em R$ 80 milhões, mas que certamente custará bem mais que isso. Não custa lembrar que o valor estipulado parece bastante conservador diante do fato sobejamente conhecido de que a ponte estaiada, hoje uma paixão dos teresinenses, custou R$ 87,7 milhões – dos quais apenas R$ 26,43 milhões saídos dos cofres da União.

Bem, mas o valor da obra – que aqui reiteramos ser conservador – não pode dizer da sua importância. Tampouco é capaz de expressar outra oportunidade contida em um rodoanel que vai tirar tráfego pesado de Teresina: a possibilidade de se criar finalmente um grande centro de logística na região metropolitana de Teresina, para aproveitar a privilegiada localização geográfica da cidade – a meio caminho das capitais e maiores cidades e aglomerados demográficos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A obra está no programa de governo apresentado por Wilson Martins aos piauienses – e cuja cópia está no Tribunal Regional Eleitoral, no qual se abre a possibilidade da construção de um sistema viário que não apenas retire tráfego pesado da área urbana da capital, mas que sirva como obra estruturante para dar a Teresina condições de ser um centro de distribuição de mercadorias.

Assim, a construção do rodoanel – que é uma obra em etapas, incluindo também intervenções na cidade maranhense de Timon – reverte-se de grande importância econômica para Teresina. Não pode ser encarada apenas como uma intervenção no desenho urbano da capital ou na elementar melhoria do tráfego. É obra para dar suporte a desenvolvimento regional, posto que não favorece apenas Teresina, mas boa parte do
Piauí e do Maranhão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário