sábado, 4 de fevereiro de 2012

Regra simples


As eleições municipais de 2012 provavelmente devem opor pessoas com poucas ou nenhuma ideia nova para oferecer aos eleitores. Isso decorre do fato de as escolhas de candidatos – e de resto toda a política brasileira – terem se convertido em um grande espetáculo de entretenimento ou em uma sucessão de embates em que o que menos importa é expor algo realmente importante para as pessoas.

Convenhamos que é malhar em ferro frio pedir que os homens e mulheres que postulam os votos dos cidadãos se disponham a apresentar ideias e propostas de trabalho. Não se exige deles que propugnem a criação de cidades-paraíso, porque isso será sem dúvida uma mentira. Contudo, é de se esperar que candidatos a vereador assegurem que vão fiscalizar as contas do prefeito e que candidatos a este cargo ao menos se comprometam a aplicar o dinheiro público com correção e transparência.

Não poderiam nem deveriam ser parte do discurso de candidatos coisas como os cinco princípios básicos da administração pública, cujas letras iniciais formam a palavra limpe: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Isso é mera obrigação do gesto, assentada na Constituição. No entanto, avacalhou-se tanto a administração pública com ações nada edificantes que cumprir o que está constitucionalmente disposto virou um enorme diferencial na escolha dos melhores candidatos à gestão do dinheiro público.

Bem, mas se cumprir dispositivos constitucionais é uma obrigação, o que poderia nos oferecer um candidato que se propusesse a ir além da obrigação de cumprir normas? Bem, para começar pode-se pedir que os gestores assumam o compromisso máximo de se fazerem eficientes, o que implica em planejar melhor as ações e gastos, usar recursos de modo racional, gerir o dinheiro do contribuinte para estimular o progresso econômico e o avanço social.

Possivelmente, a eficiência do gestor deva ser o seu princípio mais importante, porque ninguém pode ser eficiente se não administrar dentro da legalidade, sem estabelecer privilégios ou atender a favores, o que implica em absoluta moralidade e transparência com a coisa pública. É isso que fará, aliás, um prefeito melhor – desde que o eleitor perceba no candidato a disposição de ser diferente o bastante para apenas cumprir normas que estão escritas na Constituição Federal.

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