sábado, 4 de fevereiro de 2012

Crise e globalização


O grande tema mundial, que de modo sistemático é assunto obrigatório de todos os diálogos, é a globalização.

Processo inevitável e que a todos impõe a certeza de mudanças de comportamentos e quebras brutais de paradigmas, pois os muros foram abaixo, conceitos que eram verdadeiros dogmas tiveram que ser submetidos ao referendo popular e o inimaginável aconteceu, permitindo que a diversidade tanto de comportamentos como de opiniões fossem aceitos e respeitados. Não tem nada findo e longe estão os limites que devem ser superados no que se refere a preconceitos e misérias, afinal a realidade da globalização que deveria socializar riquezas e conhecimentos termina por levar também a precariedade a milhares de seres humanos na esfera global. Globalizada ficou também a ganância dos especuladores, que ao simples toque de
uma tecla de computador, levam continentes inteiros a bancarrota.

Com as facilidades tecnológicas de um mundo globalizado em que as pessoas de todas as partes do mundo são informadas instantaneamente sobre todos os fatos ocorridos, está também em destaque, desde 2007, o
grande tema em torno da crise econômica mundial. Os Estados Unidos foram o grande protagonista da crise com o estouro da bolha hipotecária, levando todos os continentes a reverem os seus projetos de investimentos e forçou o aumento do desemprego nos quatro cantos da terra. Após lances dramáticos entre
o presidente Barack Obama e o Congresso Americano tudo parecia se encaminhar para um ordenamento pacífico nas economias mundiais, isto é, os pobres mais pobres e os ricos mais ricos, mas sem alardes ou holofotes, afinal, se o pobre chora, chora sozinho, mas se o rico chora, todos choram com ele. Surge em
2010 outra crise financeira mundial, tendo como cenário diversos países europeus, em especial a Grécia, Portugal, Itália e Espanha que já não podiam honrar as suas dívidas e precisavam de toda a ajuda possível do mundo. O Brasil não perdeu tempo e aparece no cenário mundial emprestando dinheiro...

Chegamos em 2012 sob os fortes holofotes da imprensa e do otimismo do governo, que massageiam o ego dos brasileiros afirmando que o Brasil não sofrerá os efeitos danosos da crise europeia e que embora a meta inflacionária prevista pelo governo de 4,5% tenha sido superada pelos 6,5% calculado em dezembro/2012, ainda assim, tem-se todo o instrumental necessário para se gerar crescimento e novos empregos para os brasileiros em 2012. O que se pode aprender com a globalização é que ninguém neste início do século XXI estará sozinho, pois a ação negativa de determinado país terminará sendo nefasto para todos. Grande é a
lição, mas parece que poucos querem fazer o dever de casa, pois continuam as barreiras protecionistas, sectarismos religiosos, agressões gritantes aos direitos humanos, governos absolutos e falta de liberdade. Tudo isso coexistindo em pleno século XXI ao lado de milhões de vozes que clamam por justiça. A luta continua. Mais muros vão cair. É crer para ver.




JOÃO SALES NETO
DIRETOR DO SINDICATO DOS
BANCÁRIOS E DA APCEF/PI

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