quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Chuva e tecnologia agropastoril


O regime de chuvas para o Piauí neste ano de 2012 vem se demonstrado irregular. Segundo as informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, “a maioria dos modelos aponta para uma condição de chuva abaixo da normal climatológica no Nordeste, em parte explicada pela situação desfavorável das anomalias da temperatura da superfície do mar nas regiões do Atlântico Norte e Sul”.

Diante do fato de que as chuvas estarão abaixo da média, é certo que a agricultura familiar fortemente baseada na regularidade das chuvas tenha perdas fortes – podendo, inclusive, nem haver plantios em algumas regiões. Já existem relatos de perdas em razão dos veranicos (intervalos de tempo sem chuva). Em Jatobá do Piauí, maior produtor de melancia do Estado, a safra está prejudicada.

A estiagem ou a irregularidade das chuvas no tempo e no espaço sempre foram um problema para a agricultura piauiense. Por falta de chuva o pequeno agricultor perdia e ainda perde a safra – só que, atualmente, com uma cobertura oficial, é possível algum tipo de compensação via seguro-safra. Isso quando a burocracia não resolve meter os pés pelas mãos e prejudicar os agricultores familiares.

É improvável que em um horizonte de curto prazo se consiga fazer uma agricultura familiar que não dependa quase que exclusivamente da regularidade de chuvas. Há barreiras culturais a serem transpostas para introdução de novas culturas e tecnologia inovadoras – cujo custo elevado é outro obstáculo à sua introdução.

É hora de se começar a pensar em usar informações meteorológicas, técnicas de manejo agrícola mais
adequadas, cultivares precoces ou menos dependente e toda uma série de tecnologias agropastoris para tornar a atividade agrícola e pecuária menos sujeitas aos humores do clima.

Usar o conhecimento para driblar as intempéries e melhorar o rendimento da agricultura familiar é bem mais vantajoso que seguir com programas de proteção social necessários, é verdade, mas que deveriam servir mais para situações em que nem a tecnologia é capaz de salvar a lavoura.

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