sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O poder dos probióticos


Os estudos correlacionados à participação dos alimentos e as doenças humanas são de longa data. Podemos citar vários ganhadores de Prêmio Nobel de Medicina, como exemplo Ivan Petrowich Paulou (Fisiologia da Digestão), Otto Heinrich Warburg (1883-1930) que defenderam a tese de que uma alimentação não fisiológica, baseada em alimentos acidificantes e o sedentarismo criam em nosso organismo um ambiente
propício à proliferação de células atípicas e, como consequência, evolução para células neoplásicas, tese que é atualmente analisada com respeito, embora se saiba que as doenças e especialmente o câncer é de origem genética, ambiental e epigenética (multifatorial), e que outros fatores além de nutrição e sedentarismo estão relacionados a sua origem.

Em 2005 os australianos Barry J. Marchall e J. Robin Warren descobriram a bactéria Helicobacter pylori e seu papel em gastrites e úlceras. A manipulação da flora está se tornando uma estratégia realista preventiva e
terapêutica para muitas doenças infecciosas, inflamatórias e até neoplásicas dentro do intestino. Sabemos hoje que o intestino humano abriga mais de 400 tipos de bactérias entre boas e más, e que a vida humana seria absolutamente inviável sem essa flora microbiana e outros agentes que são conhecidos como Biofilmes. Se o organismo der uma pequena oportunidade, as bactérias mais nocivas ocupam esse espaço de 8 metros de comprimento do intestino mais do que as boas e causam um desequilíbrio no bom funcionamento não somente intestinal (absorção de nutrientes, além de causar alergias e intolerâncias e até mesmo doenças crônicas em outros órgãos).

Os probióticos compreendem cerca de 20 bactérias diferentes e os produtos disponíveis atualmente são compostos de até 6 tipos desses microorganismos. Cada dose contém 1 bilhão de bactérias. Um exemplo
são os grupos bifidobacterium e lactobacillos. O consumo de probióticos diariamente, quer seja através de alimentos (leites fermentados ou iogurtes sem lactose) ou em fórmulas manipulados em pó ou em cápsula
promove um equilíbrio na microbiota intestinal favorecendo a: fortalecimento das defesas do organismo (imunidade); produção adequada de vitaminas do complexo B; melhor absorção de cálcio (importante aos ossos) e ferro; auxiliar na síntese dos precursores hormonais (controle do colesterol); importantes em dieta dos pacientes com intolerância à lactose porque aumentam a enzima que digere o açúcar.

Porque e quando devemos utilizar probióticos?. Como prevenção (manutenção da saúde orgânica);durante e após uso de antibióticos; em patologias ginecológicas, urológicas, intestinais e outras Infeccionais; viagem (a
maior parte das bactérias que causam diarréia são destruídas pelos Bifidobactérias e Acidófilos; em tratamento para colesterol elevado (Hipercolesteremia); doenças crônicas; em alergias e intolerância alimentares (incluindo intolerância à Lactose). Lembrar que em algumas doenças, como por exemplo no autismo, estudos na área de nutrição (especialmente) intolerância à lactose estão sendo cada vez mais valorizados, como também em patologias da tireóide e outros, daí a importância do equilíbrio de microbiota intestinal através de uma alimentação equilibrada desde a infância.



DR. GINA ZORINA
MASTOLOGISTA/GINECOLOGISTA

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