sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Estrela cadente


A escritora e poetisa Maria Nerina Pessoa Castelo Branco (Teresina, Piauí, 1935), ao receber o título de “Professor Emérito” do Conselho Universitário da Universidade Federal do Piauí (a solenidade foi realizada no dia 16 de janeiro de 2012), proferiu palavras de agradecimento. “Esta vitória foi a mais bela da minha vida. Não quero minimizar as honrarias deste mundo, mas comparando-as com a fortaleza da Fé, com o abandono aos ditames de Deus, elas se tornam frágeis, porém, não deixam de somar pontos àquilo que Deus permite. Assim, vejo as coisas visíveis e penso as invisíveis. Se pudesse tudo da vida seria belo. A beleza seria uma constante e o homem ficaria ligado ao Eterno para sempre”.

O escritor Gilvanni Carvalho de Amorim (São João do Piauí, Piauí, 1959), presença garantida no panteão literário piauiense, jamais alterou os sentimentos da saudade prazenteira desde que escreveu “Relatos da Aldeia”. As lembranças da Lagoa Grande situada em São João do Piauí, presente dos céus, fazem aparecer estórias e lendas.

Dizem que é encantada. Gilvanni tem acrescentado em suas conversas diárias: “Na beira da lagoa, jaz um bloco de pedra conhecido como Pedra Caída. Reza a tradição que dentro dele estão guardadas muitas riquezas, e que para abri-lo, é preciso achar a chave do segredo, escondida n’algum recanto das águas. Há pescadores que sonham puxar na rede a tal chave encantada”.

Já Diego Mendes Sousa (Parnaíba, Piauí, 1989), poeta laureado no Brasil e em vários países (um deles, a Espanha, na Península Ibérica, Europa (Portugal também faz parte dessa porção de terra cercada de águas por todos os lados, menos um, pelo qual se liga a outra terra), colocou no livro “Fogo de Alabastro”, a sua maneira concreta de poetar.

“O cheiro o quarto/ A chama ametista/ Dos olhos/ Sombra e muitos vultos deslumbrados/ O apego e o mel/ Da fêmea/ Contemplados/ “Vários ventos/ De amor/ Embarcados/ Para o delírio/ Viagem e partida/ Eternidade”. Esclarecemos: Diego Mendes Sousa empregou a palavra “ametista” a fim de significá-la pedra semipreciosa, variedade roxa do quartzo que é um mineral trigonal que se apresenta em numerosas variedades, também denominado cristal de rocha, quando é duro e transparente.

Em Campo Maior, progressista cidade piauiense, eis que a poetisa Maria de Jesus Andrade Paz encanta pela singeleza dos versos colocados na peça literária “A Estrela Cadente”. “Equilíbrio, força e gravidade/ Se chocam no ar./ Em espirais se contorcem/ Os meteoros reluzentes./ As tais estrelas cadentes,/ Lépidas, bailam em queda livre./ “Suspiros de esperança veloz/ Vislumbra nos olhos de quem vê/ O espetáculo, riscando o céu,/ Rasgando nuvens,/ O véu do firmamento/ “Um pensamento,/ Um pedido,/ Um apelo silencioso./ A esperança de um sonho realizado!/ A emoção!/ Uma quimera./ “Quem dera. Quem dera,/ Não passasse tudo/ De uma explosão fatal ,/ Que esfacela a estrela/ Só quimera./ Quem dera, quem dera”.

O repentista Pedro Costa (Pedro Nonato da Costa (Alto Longá, Piauí, 1962), num rasgo de sabedoria inconteste, desafiou o conjunto do que se produz no Universo, independentemente da intervenção refletida ou
consciente...

“Fazemos desafios/ Contra os sujões do lixo/ O homem é o pior bicho/ Que agride a terra e os rios/ Nos dá medo e arrepios/ Com esses inventos seus/ Comportamento de ateus/ Na prática são criminosos/ Será que esses poderosos/ Se acham mais que Deus?




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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