sábado, 18 de fevereiro de 2012

Drenagem inadiável


Teresina viveu na noite de quinta-feira mais uma sucessão de alagamentos e enxurradas em ruas e avenidas, sobretudo na zona Leste. Carros foram arrastados, ruas ficaram intransitáveis por horas, pessoas ficaram retidas em razão da força das águas e montanhas de lixo se formaram após as águas baixarem.

A recorrência com que essas situações se repetem soma-se ao aumento do volume e força das águas. Desde que áreas antes não habitadas acima de bairros como o São Cristóvão, Fátima, Noivos, São João, Jóquei Clube, Ininga e Horto foram sendo ocupadas, ampliou-se o perímetro impermeabilizado por vias e construções, mas não cresceram na mesma proporção os sistemas de drenagem.

O resultado do aumento das áreas impermeabilizadas e do não crescimento das galerias de escoamento de águas pluviais pode ser notado a cada chuva maior em todas as regiões de Teresina. E isso tudo tem a ver com decisões administrativas equivocadas ou orientadas para resultados imediatos ou inadequados à cidade.

Não há números fáceis sobre o quanto se investiu em drenagem na cidade de Teresina, mas sem risco de se cometer injustiça com os prefeitos que antecedem ao atual se pode dizer que foi pouco ou insuficiente. Isso se diz sem o risco do erro porque basta ver as centenas de pontos de alagamento na cidade após uma chuva – por menor que seja.

Sendo uma grande chuva, vê-se que a situação é ainda mais grave.

Em boa hora, a Prefeitura de Teresina anuncia que vai iniciar, em março, as obras de uma grande galeria na zona Leste, onde a situação tem se agravado nos últimos anos. Obra já licitada e que vai custar algumas dezenas de milhões de reais, ficará sob a terra e certamente não vai ser vista. Contudo, sem dúvida será sempre uma obra lembrada, porque vai pôr fim a um tormento de décadas para as populações dos bairros atingidos por enxurradas e alagamentos.

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