terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tráfico e armas


O capitão Flávio Abreu, comandante do grupamento Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), diz que 80% dos homicídios ocorridos no Estado, sobretudo em Teresina, têm relação direta com o tráfico de drogas – uma atividade criminosa que envolve muito dinheiro e nenhum respeito pela vida humana, logo um território onde não existe qualquer senso de ética.

A mortandade na disputa por territórios é crescente e se alimenta de armas cada vez mais potentes, com as quais o tráfico não somente elimina adversários como também enfrenta a polícia. Isso leva a uma conclusão: o combate ao poder do tráfico deve começar bem longe de cidades como Teresina, nas zonas de fronteira, por onde entram drogas e armas.

Diante disso, tem-se a constatação de que o combate ao tráfico não pode nem deve ser jamais uma ação isolada. Há uma grande responsabilidade da União, que precisa melhorar cada vez mais a guarda das fronteiras, porque enquanto forem vulneráveis essas áreas o tráfico estará sempre se armando e agindo em superioridade bélica em relação às polícias estaduais que lhe dão combate.

A polícia age dentro da lei, e havendo para ela um marco regulatório, suas ações sempre exigirão planejamento e tempo para execução, além de normas bastante claras para, por exemplo, a aquisição de armas e munição. A bandidagem, ao contrário, age a seu modo e a seu tempo, sempre mais eficiente porque não está sujeita a qualquer amarra e se as fronteiras são permeáveis para garantir o abastecimento do tráfico,
então a polícia está sempre sujeita a uma desvantagem bélica.

A saída, então, é reduzir a capacidade do tráfico de receber armas. Essa é uma tarefa que cabe fundamentalmente às Forças Armadas, que têm constitucionalmente a prerrogativa da guarda das fronteiras. Subsidiariamente, pode atuar a Polícia Federal. Ora, então parece bastante evidente que em face do elementar diagnóstico do aumento dos homicídios na guerra do tráfico e na possibilidade de esses criminosos terem vantagem bélica sobre a Polícia, é necessário ampliar o combate à entrada de armas no país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário