quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Depende de cada um


A Polícia Rodoviária Federal vai iniciar na sexta-feira a Operação Carnaval, mais uma iniciativa que a corporação toma em feriados nos quais há gigantescos deslocamentos de pessoas por todo o país. Trata-se de um esforço para reduzir acidentes e salvar vidas.

As operações da PRF são sempre superlativas, com números impressionantes. Neste ano, vai mobilizar quase todo o efetivo, tendo até suspendido férias e folgas. Serão usados helicópteros e 1,8 mil bafômetros, além de radares para flagrar excessos de velocidade. Tudo em nome da segurança das pessoas.

Mesmo diante de um aparato que resguarda o cumprimento da lei, ainda assim nenhum esforço de um organismo policial será capaz de substituir a responsabilidade de cada um ao dirigir, conforme reconhece a própria Polícia Rodoviária Federal, que recomenda a prudência e o respeito à lei como os mais importantes mecanismos de segurança durante as viagens em rodovias federais ou em quaisquer vias terrestres pelo país.

No ano passado, com todo esse aparato, houve 166 mortes e 1.783 feridos em 3.029 acidentes nas rodovias federais durante o Carnaval. Os óbitos podem ser até mais, porque a contagem dos mortos se dá nos locais de acidentes e certamente há pessoas que falecem após serem levadas feridas para hospitais.

Infelizmente, não se pode ter esperança de que apenas a mobilização da PRF e das polícias estaduais resulte em números mais positivos. Não é a vigilância e a preocupação do governo que serão responsáveis por menor número de mortos e feridos nas estradas. Fazer cair a quantidade de sangue derramado em estradas depende de cada um, resulta da escolha de dirigir com prudência, de não beber antes de pegar no volante, de somente pegar a estrada se estiver em condições físicas para tanto, se fizer a adequada revisão do veículo.

Espera-se das pessoas a capacidade de entender que o ato de dirigir não é uma competição e que, portanto, elas não precisam necessariamente chegar antes dos outros; ou ainda se quer que o motorista entenda que atos de irresponsabilidade – como beber antes de dirigir – consistem em um crime e que isso pode causar mortes. Tais atitudes é que farão com que somente o Carnaval acabe em cinzas, não centenas de vidas.

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