segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dilma, Griselda e a nova classe média


E finalmente, a classe média vai às compras, ao salão de beleza, ao restaurante da moda e tudo mais a que tem direito, está repaginada. Nunca os brasileiros se sentiram tão donos de si e do próprio bolso: estatísticas e pesquisas comprovam que a classe média brasileira agora é outra e também cansou do mau atendimento e das longas filas dos serviços públicos. Hoje paga a conta do plano de saúde, da escola particular e até da previdência privada.

Outra tendência da nova classe é o empreendedorismo. E toda essa mudança, que favorece a ascensão da classe média no Brasil, é fruto dos bons ventos que correm na economia nacional desde a estabilização da inflação e a chegada do real. De lá para cá muitas águas rolaram, crises econômicas internacionais também, mas o Brasil se manteve firme e ainda terminou 2011 como a sexta maior economia do mundo.

A consolidação da democracia no país também se soma aos diversos fatores que colaboram para a boa performance da economia. E se Fernando Henrique Cardoso trouxe estabilidade econômica, foi Lula quem trouxe o crescimento dos índices sociais e a oportunidade a milhares de brasileiros (antes à margem da economia), embarcarem na nova classe. E uma forte característica dela é a presença das mulheres no comando da vida e do próprio negócio. Assim, não é por acaso, caro leitor, que os índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff vão muito bem, obrigada: 59% segundo o último Datafolha, ultrapassando até os do ex-presidente Lula.

Esse resultado confirma que a personalidade forte de Dilma agrada; no seu primeiro ano de governo, em meio a queda de ministros, demonstrou postura combativa e firmemente contrária a atos de corrupção; seu estilo duro de ser, ao que parece, conquista a simpatia e confiança dos brasileiros. E a sintonia com os valores da classe média não para por aí.

No horário nobre da TV é Griselda, o “Pereirão” (Lilia Cabral), que dá o recado em “Fina Estampa”. A personagem representa a ascensão da nova classe média (que agora quer se ver na TV), em oposição ao universo rico e fútil de Tereza Cristina (Christiane Torloni), que só não é mais chato graças à presença do divertidíssimo Crô, de Marcelo Serrado. Ser de fina estampa, hoje, é ser batalhadora, dura na educação dos filhos, honesta, justa e comprometida com o trabalho. Ao ganhar na loteria, sua primeira atitude foi continuar trabalhando. Porque quando as mulheres assumem o comando, assumem para valer. Assim é com Dilma, Griselda e a nova classe média.



ANGELY COSTA CRUZ
BIBLIOTECÁRIA

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