sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mais educação e menos desigualdade


A Fundação Getúlio Vargas, em sua revista Conjuntura, edição de novembro, alerta que é a educação o meio pelo qual se pode reduzir mais as desigualdades regionais. Teria a instrução mais impacto sobre a produtividade das pessoas, de modo que isso representaria maior renda salarial. Agora, a mesma FGV disponibiliza estudo em que se comprova que a educação concorreu mais para a desigualdade social que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

A queda na distância econômica entre variados estratos demográficos brasileiros se acelerou nos últimos 20 anos.

Segundo a FGV, entre 1994 e 2010, a pobreza caiu 67%, e mais de 50 milhões de pessoas foram incorporadas à classe média – medida por renda domiciliar mensal entre R$ 1.000 e R$ 4.500, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) DE 2009.

É inegável que essa progressão vertical de classes no Brasil tem base no aumento do salário mínimo, na estabilidade econômica que domou a inflação a partir de 1994, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, bem assim em programas de distribuição de renda – que foram, sim, importantes para manter o consumo das famílias, notadamente em regiões mais pobres e estados periféricos.

No entanto, o aumento da renda entre os pobres está fortemente relacionado ao tempo adicional de estudo da população ocupada. Isso decorre obviamente de mais oferta de instrução básica, com a universalização do Ensino Fundamental alcançada no período FHC, que sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva se expandiu para o Ensino Médio e superior e segue no mandato de Dilma Rousseff com ampliação das escolas técnicas.

Há, então, o que se celebrar, mas com alguma cautela: o país tem que melhorar a educação para que sejam mantidos os níveis de crescimento da renda pessoal e familiar. Isso implica ainda qualificar a mão de obra, ampliar a oferta de crédito para pequenos empreendimentos e, obsessivamente, se buscar – pela educação – aumento da produtividade em todos os setores da economia.

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