sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Recordar


Piauiense de quatro costados por ter nascido aqui e brasileiro nato por ter percorrido e conhecido o Brasil – de ponta a ponta, Anísio Alves Pereira (Esperantina, Piauí, 1940, autor do livro “Singela História em Poesias”, agregando a sua própria biografia (sic), ressaltou as palavras proféticas do formidável poeta Álvares de Azevedo ( Manuel Antônio Álvares de Azevedo: São Paulo, 1831-1852): “Foi poeta – sonhou – e amou na vida”. Por isso, é comovente a simplicidade dos versos que Anísio Alves colocou no soneto “Humilhação”, concernentes à resistência contra a presença de pessoas invejosas“. “Se não somos, não valemos/ Quase nada para ninguém./ Valemos pelo que temos/ Nada vale quem nada tem./ “Em razão disso, sofremos/ Intromissão que não convém/ O que todos nós pretendemos/ É compreender alusões de bem./ “É bom ter humildade,/ Ruim é sofrer discriminação/ Todos precisam ter liberdade./ “Ação inepta nos magoa,/ Pois é receber humilhação/ E ficar cabisbaixo à-toa”.

O biógrafo e historiador Wilson Carvalho Gonçalves (Barras, Piauí, 1923), destacou Firmino Pires Ferreira, Marechal do Exército e político (Barras, Piauí, 1848-Rio de Janeiro, 1930), com a seguinte explicação: “Figura marcante na política e na sociedade brasileira. Foi um grande soldado, que serviu à Pátria na paz e na guerra, revelando sempre entranhado patriotismo e civismo, mais particularmente na defesa dos interesses do Piauí. É patrono da Cadeira 14, da Academia Piauiense de Letras do Vale do Longá (data de fundação: 23 de setembro de 1978). Ainda lembrado no Rio de Janeiro.

O conceituado piauiense Cid de Castro Dias, respeitado engenheiro, autor do livro: “Os caminhos do rio Parnaíba”, defendendo os interesses da Universidade Estadual do Piauí, a conhecida Uespi, enfatizou solenemente: “Se a soma de esforços do governo estadual junto ao governo federal se concentrasse para o soerguimento da Universidade Estadual do Piauí, tornando-a um modelo de excelência, já estaríamos percorrendo metade do caminho em prol do
desenvolvimento harmônico do Piauí”.

Na “Paremiologia Nordestina”, o folclorista Fontes Ibiapina (João Nonon de Moura Fontes Ibiapina: Picos, Piauí, 1921-Parnaíba, Piauí, 1986) através de incríveis chistes (gracejos), explicou que, no caso de qualquer imprevisto prejudicial, desagradável, é melhor que se saiba: “O Diabo quando atenta, chega na porta e se senta” e “De onde não se espera é que a desgraça vem”. “Miolo de pote é não ter água para beber”.

Já José Ribeiro e Silva (Cascavel, Ceará, 1934), convicto filho da nossa terra querida, pois defensor da nobre literatura que envaidece a Academia Piauiense de Letras (data de fundação:30 de dezembro de 1917), definiu de maneira sensata a palavra recordar. “É ter na face a marca indelével das carícias/ E dos afagos de
que não mais se desfruta.../ - É olhar o céu, ver as estrelas/ E implorar ao luar os seus clarões de ternura”.

Por fim, Elias Paz e Silva, laureado poeta piauiense, nascido em Teresina. Sobre o sereno nas noites bonançosas da capital, explicou em versos que “Novo renovo/ Sob o manto do sereno/ Que te veste, passeio/ “Refaço cada passo/ Faço da poesia/ Meu recreio”.




CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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