sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Trânsito e disciplina


A entrada de 2,5 mil veículos todos os meses nas ruas de Teresina – a maior parte dele motos – é uma das razões para a desorganização do trânsito na capital. Mas não é possivelmente o principal motivo para tantas infrações, abusos, flagrantes violações de regras de boa conduta e demonstrações cabais de despreparo.
Temos, além de muitos veículos novos uma quantidade ainda difícil de precisar, mas grande, muito grande de maus condutores.

Embora o Código Brasileiro de Trânsito tenha estabelecido rigores para a concessão da primeira habilitação,
um sistema mais curto de renovação e a pontuação para quem comete infrações, ainda são muitos os condutores que trafegam sem habilitação ou que estão precisando de cursos para voltar a dirigir.

No mês passado, dois ministros da presidente Dilma Roussef foram ao Detran-DF para o curso de direção em face de terem superado os 20 pontos por infrações cometidas ao volante. Bom exemplo, que se perdeu, infelizmente, no bate-boca em que se converteu o cenário político dominado por paixões petistas e tucanas.

Estamos, então, diante de um problema cuja solução não requer obras de engenharia, porém necessita ser tocada com muito esforço pela autoridade de trânsito – talvez a um custo de energia ainda maior que se fazer pontes e viadutos, alargar pistas e prolongar vias. Educar pessoas é sempre mais difícil que fazer obras físicas. Porém, essa é uma solução bem mais duradoura: quanto mais motoristas conscientes e melhor treinados, melhor será o tráfego na cidade.

A assertiva de que um trânsito melhor se faz com motoristas mais qualificados, que respeitam as normas, não é algo fora do comum, ou ‘coisa de primeiro mundo’, conforme se diz como espanto sobre o cumprimento de regras na Europa e Estados Unidos. Trata-se de educação continuada e disciplina rigorosa – o que inclui aplicar multas financeiramente elevadas e cassar o direito de conduzir. Assim sendo, a hora é de se pensar mais em educar e disciplinar motoristas que de se construirem vias que serão inúteis se os condutores mantiverem o atual nível de má educação no trânsito.

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