quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Livro dos Humanistas


Afirmou João Paulo dos Reis Veloso (Parnaíba, Piauí, 1931): “O livro é uma grata homenagem ao médico Raul Macedo (Raul Antunes de Macedo (São Raimundo Nonato, 1908-1965), formidável humanista”.

O filho Plínio e a neta Marina, outros dois estudiosos da natureza humana, se revelaram prodigiosos na arte de escrever. Reverenciando pai e avô. Evidentemente, autor e coautora do belo e emocionante livro: “Médico, Medicina e Humanismo”. E a dedicada cientista Niède Guidon (Juá, São Paulo, 1933), arqueóloga de projeção internacional, grande responsável pelos trabalhos desenvolvidos na Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato, Piauí, endossou as palavras de Reis Veloso. Servindo como testemunha na aprovação da nobre tarefa executada pelo médico Raul Macêdo.

Na cronologia do tempo, eis que Plínio da Silva Macedo, nascido em 1957, professor da Universidade Federal do Piauí, dentista e primeiro doutor em Periodontia no Norte e Nordeste do Brasil, ilustre filho de Raul Antunes de Macêdo, o apelidado “médico do sertão”, tomou a responsabilidade de lembrar as ações do seu genitor que, aos 57 anos, foi vitimado pelo próprio coração (sic), após servir sem desfalecimento aos pobres e desvalidos da sorte e, também, aos ansiosos doentes que procuravam curar males do corpo e do espírito. Raul Macêdo se entregara de corpo e alma a favor do juramento de Hipócrates (Ilha de Cós, Grécia, 460 a. C..- Larissa, na Tessália, 357 a. C.), pai da medicina).

Temos que apender, pois os exemplos de Raul Macedo se afiguraram no excelente compêndio recentemente lan- çado ao mercado cultural do Piauí. Ademais, livro escrito por quatro mãos aneladas na intelectualidade familiar do clâ Macedo. Plínio chamou a filha Marina Barguil e ela, feita coautora, navegou tranquilamente no infinito do espaço. À procura de saber o que havia representado o avô no incondicional trabalho de salvar vidas pela região mais desassistida do Piauí. Fixaram a história que ultrapassou todas as barreiras de uma época preconceituosa para os padrões sociais da vida interiorana. Consequentemente, nada melhor do que possuirmos o livro nas prateleiras bibliotecárias.

Na inauguração do primeiro hospital de São Raimundo Nonato, Piauí, “Maria do Carmo Correia Caldas Rodrigues” (Parnaíba, 1924-2006), Raul Macedo começou a sua intensa atividade como médico dos pobres. Sem dar importância aos achaques do coração. Mas a morte lhe reservou, em 1965, aos 57 anos, o desaparecimento prematuro. O infarto do miocárdio (a camada média e mais espessa da parede do coração, formada por músculo cardíaco), surpreendeu a população da vasta região que compreende, além de São Raimundo Nonato, Canto do Buriti, João Costa, Fartura do Piauí, Dirceu Arcoverde, Coronel José Dias, São Lourenço, Várzea Grande, Bonfim do Piauí e São Braz do Piauí.

Acreditamos, pois, nos humanistas piauienses, seguidores dos exemplos de Raul Antunes de Macêdo: “Salvar vidas e curar as doenças da nossa gente pobre é questão moral advinda do consentimento de todos”. Assim, no dizer dos poetas conterrâneos que cultivam a beleza literária amadurecida em generosa terra, “tudo que sabemos sobre a moral e as obrigações do homem, devemos a Deus”.



CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

Nenhum comentário:

Postar um comentário