Uma boa notícia foi dada ontem pelo IBGE com os resultados do Censo 2010: o rendimento médio das mulheres cresceu mais que o triplo do dos homens entre 2000 e 2010. A expansão da renda obtida por elas com trabalho subiu 13,5% contra 4,1% entre os homens. Isso significa que a mulher, além de maioria numérica na população, segue agora se consolidando como fundamental na economia.
É claro que a histórica diferença de ganhos entre os gêneros ainda se mantém alta. O rendimento mensal das trabalhadoras corresponde, em média, a 73,8% do que percebem trabalhadores. Dez anos atrás, essa diferença era de 67,7%.
O que sustenta a distância de rendimentos entre homens e mulheres é muito certamente a discrepância de ganhos salariais: em 2010, o salário médio dos homens é R$ 1.510, enquanto as mulheres percebiam R$ 1.115.
Igualar os ganhos de salários entre homens e mulheres é tarefa das mais difíceis, porque esse tipo de conquista não foi obtida, nem mesmo em países nos quais a autonomia feminina se dá há mais tempo que no Brasil.
Não é também dever do governo obter essa mudança positiva. Trata-se, sim, de uma construção da sociedade, que, para tanto, terá que se livrar de dogmas e tradições cultivadas para a imutalidade eterna.
Cultivar uma diferença de gênero que pouco se altera não é algo que se possa esperar do Brasil, um país que elegeu uma mulher presidente menos de dois anos atrás.
Contudo é o que se depreende que ocorrerá por muito mais tempo, já que o avanço de uma mulher na Presidência não tem representado mais representantes femininas no Parlamento ou em cargos de gerência no Estado e na iniciativa privada.
Há razão, com efeito, em se apoiar as mulheres em suas aspirações e lutas por mais espaços econômicos, sociais, culturais e políticos. Uma boa chance para isso está agora, com as eleições municipais, nas quais deveriam elas protagonizar as campanhas ou fazer parte delas com vistas a ocuparem, por justiça, lugares de destaque na condução dos negócios municipais a partir de 2013.
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