quinta-feira, 5 de abril de 2012

O PT e as eleições de domingo, 25.03


Como venho escrevendo alguns textos sobre o processo eleitoral que definirá os rumos do Partido dos Trabalhadores para as eleições 2012, não poderia deixar de fazer uma avaliação do resultado desta primeira etapa que foi a votação do dia 25 de março. Na ocasião, a tese de aliança saiu vitoriosa com 62% dos votos. A Chapa 3, que defendia a candidatura própria com Rejane Dias, ficou em segundo lugar com 33% dos votos, enquanto a Chapa 1, com a tese de candidatura própria sem nome previamente definido, terminou em terceiro com apenas 5% dos votos.

Não é novidade para os petistas que o grupo vitorioso tem maioria no Diretório Municipal Teresina há 20 anos e que seria necessário um esforço muito grande para equilibrar o resultado, o que não foi possível dessa vez. Entretanto, há que se ter atenção com as estratégias que garantiram a vitoria da tese de aliança defendida por esse grupo majoritário. São vários os problemas que aconteceram na votação daquele domingo. Entre eles, o uso dos ônibus para transporte dos filiados aptos a votar. Não foram divulgados
quantos seriam, de onde sairiam e os horários. Ficou praticamente exclusivo para filiados da Chapa 2. Centenas de filiados em dia com o Partido não apareceram na lista de votação.

Quanto aos filiados, são milhares que não sabem nem onde fica a sede do Partido, que estão cadastrados com seus endereços trocados propositadamente para não serem encontrados por outros grupos, mas que formam número para vitoria. Infelizmente, foram várias práticas e atitudes pelegas usadas para perpetuar um
grupo no poder. Por conta das regras estabelecidas no Estatuto, onde o filiado é quem decide, vários grupos estão nessa corrida para filiar mais e mais pessoas para construírem uma maioria e assim ter poder dentro do Partido. Filiações de cidadãos e cidadãs que não possuem interesse com a prática petista ou identidade com o Partido. O que importa é que no dia de uma eleição interna sua contribuição financeira será atualizada, e o voto dado àquele ou àquela que fez sua filiação.

Para contornar esse tipo de problema, é que o novo Estatuto restabeleceu uma regra antiga. Para se filiar, é necessário passar antes por um processo de (in)formação sobre o Partido, para conhecer sua história, suas bandeiras e, a partir da identificação ideológica desse simpatizante, é que a filiação acontece.Por outro lado, os antigos filiados deverão participar anualmente de pelo menos um evento promovido pelos Diretórios Municipais. Essa proposta foi discutida por nosso grupo em Teresina, defendida por mim no IV Congresso Nacional, aprovada e está vigor para as eleições internas de 2013. Lembramos que os Diretórios, inclusive Teresina, ainda não realizaram nenhum evento com essa finalidade.

Aceitamos o resultado das eleições que nos deram 5% dos votos. Para um grupo que tinha 0% de representação municipal, já é alguma coisa. Não pretendemos entrar com recursos contra as práticas pelegas que influenciaram sobre maneira o resultado da eleição. Os pleitos sempre ocorreram dessa forma. Mas entraremos com todos os recursos contra a gestão temerária a que está submetido o Diretório Municipal e contra os desrespeitos ao Estatuto.

Para finalizar, quero aproveitar essa oportunidade para convidar os filiados do PT que estão um pouco mais afastados, os simpatizantes do PT que ainda não se filiaram, que se aproximem do Partido e, juntos com vários outros dirigentes, possamos firmar os caminhos do maior instrumento de lutas e conquistas da classe trabalhadora, a maior invenção política dos últimos tempos: o Partido dos Trabalhadores.




JESUS RODRIGUES
DEPUTADO FEDERAL

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