segunda-feira, 16 de abril de 2012

Seca e nova agricultura


O Piauí deve colher 2,667 milhões de toneladas de grãos na safra 2011/12, metade disso – 1,341 milhão de soja, com o milho respondendo por 34,7% do que vai ser colhido. Esse resultado excepcional da agricultura piauiense projeta para uma expansão de 400 mil toneladas a mais que na safra anterior e ocorre justamente em um ano em que a maior parte do território estadual foi atingida por seca ou irregularidade de chuvas.

Estamos, então, diante de uma situação absolutamente nova no Estado: há seca e uma supersafra, o que deve levar uma profunda reflexão sobre o tipo de atividade econômica primária que precisa ser estimulada
nas regiões semiáridas do Estado. Resta provado que certas práticas agrícolas e pastoris precisam ser revistas.

Há muitas evidências de que tais mudanças são tão importantes quanto inadiáveis. Tomemos o exemplo do arranjo produtivo do mel e do caju. Mesmo em anos de seca, essas duas atividades primárias mantêm ganhos em áreas como a macrorregião de Picos. A criação de peixes em reservatórios de açudes públicos é outra iniciativa que se pode apontar. Por fim, pode-se citar o êxito da fruticultura irrigada que tanto sucesso tem feito em São João do Piauí.

O problema é que, mesmo exitosas, as iniciativas de novas práticas agropastoris seguem como casos isolados de sucesso. É necessário tornar corriqueiros o uso da irrigação, o cultivo do mel, a criação de peixes, cabras, ovelhas e galinhas – que são produtos com maior valor agregado, com mercados cativos em alguns casos e possibilidade real de fazer o produtor não viver dependente dos humores climáticos.

É necessário, então, que o Estado tome a iniciativa de incentivar cada vez mais um tipo novo de atividade agrícola e pastoril, apoiada em conhecimentos já produzidos, em novas pesquisas de manejo de solo, de culturas e de criação de animais, em uso econômico e racional da água para irrigação e cultivo de peixes, em uma ampla rede de assistência técnica e extensão rural.

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