quarta-feira, 18 de abril de 2012

Tráfico e miséria


Seguem crescentes os crimes de pequena monta em Teresina, alguns deles com um nível maior de violência.

Assaltos, furtos a residências arrombamentos e ultimamente até mesmo o recorrente roubo de hortaliças em hortas comunitárias deixam evidente que o avanço do crime contra o patrimônio tem como um dos mais notáveis motores o avanço do uso de drogas ‘populares’ como o crack e o oxi.

Ao lado do aumento do crime de pequena monta, ao qual a polícia não tem pernas para combater mais intensamente, nem aqui nem em qualquer cidade grande ou média, o tráfico e o consumo de drogas produz
outra praga social que se espalha a olhos vistos por Teresina: o morador de rua, que vive da mendicância. Hoje há dezenas de pessoas nessas condiçõe – todas elas em um estado de degradação humana.

Então, podemos claramente perceber que a droga não somente é geradora de crime: ela também concorre para a expansão da miséria, porque reduz a possibilidade das pessoas de se inserirem ou se reinserirem no mercado de trabalho. Por isso, combater a droga deixou de ser meramente uma questão policial.

Todos sabem que o combate ao crime é uma tarefa da polícia. Um dos meios de fazê-lo com eficiência e eficácia se dá pela repressão sem tréguas ao tráfico – que inclui um sufocamento econômico e financeiro do negócio escuso. Isso sem dúvida pode ainda concorrer para redução da quantidade de pessoas que precisam recorrer à subtração de bens alheios para alimentar sua dependência química.

Mas feito o combate, resta a mendicância, pessoas em situação de rua, o empobrecimento maior em razão da droga. O que fazer, então, com essas pessoas é que se torna um dilema difícil de ser prontamente respondido. Esses estratos sociais de gente corroída pela droga e socialmente marginalizada precisarão ser resgatados. Certamente a um elevado custo, mas mais caro será seguir combatendo o tráfico sem tirar a clientela do traficante.

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