quarta-feira, 25 de abril de 2012

Folga para investir


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na manhã de ontem o pedido de autorização para empréstimo do Piauí no Banco Mundial. A proposta recebeu pedido de urgência para votação em plenário, o que deve favorecer sua aprovação, abrindo caminho para que sejam liberados US$ 350 milhões (cerca de R$ 650 milhões), parte a ser usada na amortização de dívidas do Estado, parte para investimentos em infraestrutura - inclusive escolas.

O pedido de financiamento, oriundo da Presidência da República, foi aprovado por unanimidade pelos
senadores membros da CAE, em uma audiência que contou com a presença dos três representantes piauienses no Senado: Ciro Nogueira (PP), João Vicente Claudino (PTB) e Wellington Dias (PT). O governador Wilson Martins também compareceu e, a exemplo dos três senadores, encaminhou a votação.

O que pode parecer óbvio – o apoio unânime à aprovação de um financiamento de interesse do Piauí – é um sinal alvissareiro de união da bancada do Estado no Congresso e do trabalho anterior, da Assembleia Legislativa, com o fito de aprovar um projeto. Poucas vezes se viu empenho semelhante de parlamentares. Por isso, destaque-se que, em menos de um ano, liquida-se um pedido de empréstimo com instituição financeira internacional, algo que, em outros tempos, não levaria menos que 24 meses para chegar a termo.

Há sentido em se celebrar o bom resultado obtido ontem pelo Piauí no Senado: o financiamento livra o Estado de uma dívida intra-limite cujos serviços são leoninos, mesmo para os padrões já escorchantes das condições impostas aos Estados na renegociação de suas dívidas. Disso resultará, tão logo o financiamento se concretize, redução do custo dos encargos financeiros da dívida estadual na ordem de R$ 50 milhões mensais – ou R$ 600 milhões/ano. Em dez anos, R$ 3,5 bilhões a mais nas finanças piauienses.

O custo a menor da dívida também se consolida pelo custo do novo financiamento, a uma taxa média de 3,5% ao ano, conforme está contido no relator do pedido de empréstimo, o senador José Pimentel (PT-CE), que lembrou o aumento da capacidade de desembolso do Estado – cuja melhoria foi bastante significativa nos últimos dez anos e que tende a crescer em face da expansão econômica que o Piauí experimentar e que deve se manter elevada.

É fato, com efeito, que o Estado do Piauí pode seguir nos próximos meses e anos rumo a uma situação de maior conforto financeiro – a qual não pode nem deve ser entendida como uma folga de recursos para autorizar aumento de gastos com custeio, mas representa a possibilidade de ampliação do investimento. Felizmente, investir mais parece ser o interesse inarredável do governador Wilson Martins.

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