segunda-feira, 2 de abril de 2012

Crimes em série


A execução de um homem no sábado pela manhã, em Teresina, parece não deixar dúvidas de que o crime de pistolagem ganha espaço no Piauí. Como o morto, o corretor de carros Fábio Brasil Filho, estava envolvido com agiotagem, crime sob investigação federal, então depreende-se que houve neste caso uma queima de arquivo.

O incidente precisa ser bastante esclarecido, porque parece também guardar algum tipo de relação com outro homicídio, em circunstâncias bastante parecidas, mas ocorrido na cidade pernambucana de Araripina. No caso, a vítima abatida foi o empresário Marcos Aurélio Araújo, o Marcos Gago, igualmente investigado por atividades criminosas, algumas delas envolvendo a agiotagem.

Então, estamos diante de uma situação embaraçosa: há dois cadáveres, ambos de homens envolvidos com empréstimo de dinheiro e outros crimes e não se tem qualquer informação de que a polícia tenha atuado para mobilizar-se contra uma prática delituosa recorrente no Piauí, que é a da agiotagem.

Tanto pior que não se mobilizem esforços policiais com o fito de dar cabo a uma atividade criminosa muitas vezes travestida de atuação empresarial lícita. Sabe-se que esse tipo de crime tem uma promíscua relação com políticos municipais: eleições são financiadas com dinheiro de origem duvidosa, que chega às mãos dos
candidatos pelos tortuosos caminhos da ilegalidade e termina por favorecer uma indústria criminosa que tanto prolifera quanto pode gerar mais crimes em série.

Ora, certamente existe, então, outra atividade criminosa em meio à agiotagem que produz cadáveres com o auxílio de matadores de aluguel: há lavagem de dinheiro em curso. Neste sentido, então, parece adequado que a autoridade policial do Piauí se mobilize no sentido de estabelecer intercâmbio permanente com a Polícia Federal, de modo que não se deixe correrem frouxos os criminosos e seus delitos.

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