segunda-feira, 9 de abril de 2012

Duas barragens


Em 2009, consideráveis áreas de Teresina – nas zonas Leste e Norte, sobretudo – foram afetadas por uma enchente. Neste ano, o rio Poti, que transbordou e inundou áreas de grande valorização imobiliária, segue quieto em sua calha. Provavelmente não vai ter nível tão elevado, embora as cheias de três anos atrás tenham se dado em maio, período em que normalmente as chuvas arrefecem.
 
O fato de o rio ter ciclos de cheias é uma evidência que precisa ser considerada cada vez mais não somente como um objeto de estudo hidrológico ou de engenharia. É fundamental que se comece a levar em consideração os riscos econômicos que a não observância destes ciclos trazem em si. O caso das inundações e transbordamentos em Teresina resulta não somente em um aborrecimento momentâneo e passageiro. Pelo contrário, implica perdas financeiras e econômicas, com a desvalorização de terras urbanas às margens dos rios. Isso resulta em menos investimentos e, claro, em menor ganho para a cidade.  

Nesse contexto, parece adequado lembrar que é essencial para a cidade de Teresina a construção de duas ou mais barragens de contenção de enchentes na bacia do Poti. Essas obras estão projetadas e uma delas até licitada: barragem de Castelo, em Juazeiro do Piauí, e Barragem dos Milagres, no rio São Nicolau, em Santa Cruz dos Milagres. Se construídas, evitarão inundações em Teresina e em outros núcleos urbanos, além de proporcionarem ganhos adicionais.

As barragens em si podem servir como pontos de lazer para populações em seu entorno, em suas águas poderão ser instaladas fazendas de criação de peixes em tanques-rede e nas terras a jusante delas será possível irrigar milhares de hectares para produção de frutas, legumes e verduras, as quais podem e devem ser destinadas a um mercado consumidor de 1 milhão de pessoas em Teresina e entorno.

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