domingo, 22 de abril de 2012

Peixotão, o divisor de águas


Peixotão !!! Era assim que os mais íntimos e a família chamavam o nosso querido Marcus Peixoto, cearense de nascimento, mas piauiense da gema. E era justo mesmo, porque ele era pequeno no tamanho, mas, enorme na alma. Esse aumentativo não era exagerado, era justo, justíssimo. Combinava perfeitamente com o tamanho das suas ideias, com o tamanho do seu otimismo e o tamanho de sua motivação para consigo e quem mais estivesse por perto. Quando o Marcus sonhava com um evento, não media esforços e nem se importava muito se ia ganhar dinheiro ou não, o importante para ele era sair espalhando alegria e felicidade na cara de quem estivesse presente no evento. Certa feita, durante um determinado show produzido por ele, alguém perguntou: ‘E aí Marcus, como é que está a bilheteria?’. E ele disse na lata: ‘Isso eu não sei não, mas o povo que veio tá muito feliz’. E naturalmente ele também ficava feliz, porque era próprio dele alegrar a alma alheia.  

Quem conhece um pouquinho só da história das realizações do grande Marcus Peixoto, publicitário marquetólogo, idealizador e produtor de grandes eventos, como Micarina, Piauí Pop, sabe que antes dele o nosso Piauí nunca tivessem entrado no rol das cidades que tivesse realizado um evento de grandeza ou pelo menos significativo. Sem esquecer naturalmente das vitoriosas campanhas políticas a que ele se entregava também de corpo e alma. Nesse mundo escorregadio da política, o Peixotão fez a alegria de cabras bons
e cabras de má-fé que não cumpriram os compromissos financeiros acertados com ele, deixando-o em alguns momentos apertado, mas, firme que nem um tronco de aroeira, firme que nem boca de bode. E nem por isso perdia a sua alegria, criatividade, proatividade,a sua imensa vontade de fazer o bem. Alguns “Reis” das promessas, mestres em tapinhas nas costas, sem o menor respeito pelo talento e pelo grande ser humano que era, foram os grandes responsáveis por momentos de tristeza e decepções do Marcus Peixoto. Alguns desses tiveram a coragem de ir ao velório, ao enterro e até derramar lágrimas de crocodilo no ombro da família, né não Tiago?  

Pelo pouco que convivi com o Marcus, aprendi a admirá-lo como profissional e principalmente como gente. Digo pouco porque, gente como ele, qualquer tempo de convivência é nada. Admirá-lo era serviço mole.
Por isso é que hoje me encontro, como todos, decepcionado com ele, por essa atitude de nos deixar sem aviso prévio e sem pedir licença. Foi falseta Peixotão... E nesse meu aprendizado “marcuspeixoteano” descobri que ele amava viver intensamente todos os minutos que ele respirava, seu objetivo era ser feliz na hora, não tinha vontade nenhuma de acumular felicidades posteriores Assim era o Peixotão, pixote, piloto, bigode, apelidos carinhosos que ele carregava. Eu, vou procurar me confortar, acreditando que os seus 59 anos foram bemmmmmmmmmmmm viviiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiidos. Acredito que no fundo ele preferiu muito mais ter qualidade de vida do que durar. Vai lá, Peixotão, se junta aí em cima com um monte de amigos nossos, talentosos e apressados também como você, e cria uma campanha publicitária para que os ensinamentos de Deus tenham mais visibilidade. Faça isso urgentemente, porque a negrada aqui em baixo anda meio cheia de ódio uns com os outros. Ajuda aí garoto!!!
  
Meu querido Marcus Peixoto, creia que o seu desencarne deixa a gente triste, mas, sabendo que o seu espírito bom, vai continuar espalhando o bem por onde estiveres. O que fizestes de bom será reconhecido pelo nosso pai celestial e os teus ensinamentos permanecerão em nós, teus amigos sinceros, teus familiares e todos de boa fé que conviveram contigo. Fica com Deus Peixotão, aí no teu “Céu Pop”, e pode ter certeza que: “A gente se encontra lá”!!!



LÁZARO DO PIAUÍ
ESCRITOR

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