quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mestre do Futebol (final)


A continuação do diálogo pelo telefone com ostentação para o jogo do dia 18 de dezembro de 2011: Barcelona – 4 x Santos – 0, válido pelo Mundial de Clubes, demonstrou a observação penetrante do José Elmar de Melo Carvalho (Campo Maior, Piauí, 1956). Por isso, ao escrever farto texto sem impurezas,
com fidelidade sobraçando futebol (passado e presente), não é pra qualquer um. Consequentemente, louvado em mais verazes considerações, Elmar Carvalho adiantou:  “O mestre após me ouvir sem interrupção, provando que é um arquivo vivo do futebol, senão mesmo uma verdadeira enciclopédia desse esporte bretão, com o seu poder de síntese e análise, deu-me as respostas, que seguem adiante.

Com relação ao futebol apresentado pelo Barcelona, não o pôde negar. Todavia, com a sua memória prodigiosa, depois de enunciar a escalação do Santos, nos áureos tempos de Gilmar, Mauro, Pelé, Pepe e futebol clube, esclareceu que esse também foi um time fabuloso. No tocante à comparação entre Messi e
Pelé, considerou que o craque brasileiro era superior, entre outras razões, pelas seguintes: jogava com perfeição com as duas pernas, podendo ser considerado ambidestro; era muito bom nas cabeçadas e sabia “tabelar” com o adversário, ou seja, utilizava o oponente para construir as jogadas.

“Não concordou com a “seleção do Galvão”. Fazendo uma rápida retrospectiva histórica e biográfica de vários craques do futebol brasileiro de todos os tempos, discordou de alguns nomes dessa seleção. Contudo, quando eu lhe sugeri a publicação do escrete saidiano em sua coluna jornalística, como atleta que foi, conquanto na posição de goleiro, esquivou-se, e me driblou, dizendo que aguardaria que primeiro eu publicasse a minha. Foi uma legítima firula do mestre, porquanto não tenho estofo intelectual futebolístico para tal ousadia, de modo que ficaremos privado de mais uma proeza do Magro de Aço.

Como, por várias vezes, eu o chamasse de mestre, o que ele de fato é, disse que passaria a me chamar de gênio.

Diante desse exagero descomunal, diria mesmo alopramento hiperbólico, pedi-lhe: “- Não, mestre, não me levante tão alto, pois ao cair ficarei totalmente esbagaçado!...

“- Não se preocupe, pois o amparei. “Em confiança, ele, ao telefone, terminou por me escalar o que, na sua visão, seria a Seleção Brasileira de todos os tempos, com atletas das mais remotas épocas. Devo dizer
que, em meu parco entendimento, achei mais justa a sua escalação do que a do Galvão Bueno. Nela, certamente, não preponderaram amizades, simpatias ou compadrios, nem quaisquer outros fatores de ordem pessoal. Nela, entre outros que não declinarei, estavam Garrincha, Pelé, Zico, o goleiro Barbosa. Vai que é tua, Magro de Aço!”

Diante do que foi exposto entre mim e o Elmar Cavalho, a perfeição jamais será atingida. Guardaremos saudades dos jogadores que não foram contemplados na conversação pelo telefone, uma hora depois do jogo no qual o Barcelona triturou o Santos pelo placar de 4 a 0.



CARLOS SAID
JORNALISTA E PROFESSOR

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