segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A cidade esquadrinhada


Os problemas da cidade podem e devem ser solucionados a partir de uma perspectiva da comunidade. Assim é que parece adequado se começar a elaborar um perfil mais detalhado de cada região da cidade, porque em todas elas existem problemas semelhantes, mas as soluções podem ser diferentes.

Existem dados muito amplos sobre Teresina, mas não se sabe até aqui se há informações detalhadas por bairro. O IBGE tem planilhas com as populações dos bairros – inclusive com estratos etários. Pode-se descer a dados ainda mais precisos, que incluem renda, nível de escolaridade e de escolarização, acesso a serviços públicos...

Se a cidade conseguir reunir melhor os dados que existem sobre ela – dispersos em um sem número de fontes – possivelmente o planejamento, gestão e execução de ações do poder público sigam um roteiro mais exitoso. Atualmente, sem precisão estatística, mesmo com boa vontade há risco de uma boa ação do poder público não resultar em algo positivo para a comunidade.

Tome-se o exemplo do sistema de transporte de Teresina. Ele poderia ser mais eficiente se, com base em dados bastante detalhados, se pudesse identificar precisamente quais áreas demandam mais ou menos ônibus. O mesmo vale para a oferta de educação pública ou para o deslocamento de empresas que podem investir mais em uma região onde se tenha mais necessidade de empregos.  

Esquadrinhar a cidade, conhecer os problemas de cada bairro, identificar as soluções possíveis e compartilhar com a comunidade tanto os dados quanto as propostas deveria ser uma prática recorrente. Não
se trata de uma concessão do poder, mas de um comportamento adequado para uma gestão mais eficiente: participação popular não pressupõe apenas democracia e controle social, mas a possibilidade de se fazer as coisas mais transparentes e com maiores chances de êxito.

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