quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lirismo ecologista


O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos e esse primeiro lugar incomoda muita gente, sobretudo ambientalistas e militantes de movimentos sociais ligados a partidos de esquerdas. A maioria dos que se perfilam contra o uso desses produtos alega que eles são danosos ao meio ambiente, causam doenças
crônicas e muito graves – o câncer incluído – e propugnam simplesmente abolir o uso.

Se a cruzada antiagrotóxicos e outros insumos químicos, biológicos e genéticos fosse bemsucedida, certamente o Brasil entraria em uma era de declínio econômico sem precedentes. Simplesmente se poria fim ao ciclo virtuoso de uma agricultura e pecuária altamente rentáveis, que sustenta o crescimento da economia, gera empregos e ano após ano produz excedentes.

Muitos são os que sonham com uma prática agroecológica, um lirismo que até hoje não se mostrou capaz de produzir para além das necessidades de uma unidade familiar. Outros consideram a possibilidade de a agricultura orgânica obter alto rendimento – o que também não se comprovou verdadeiro.

A agropecuária que produz alimentos em grandes quantidades para uma demanda crescente – no Brasil e no mundo – é aquela feita comercialmente, com uso massivo de mecanização, agroquímicos (defensivos e adubos), sementes geneticamente modificadas. Todo o resto (agroecologia, agricultura e pecuária orgânicas) não passa de um nicho de mercado ou de um idealismo alimentado por gente que não arreda pé das zonas de conforto nas cidades.

É claro que é necessário manter um rigoroso controle do uso de agroquímicos e recursos genéticos na agricultura e pecuária. Isso é essencial para garantir a sanidade das pessoas e animais, assegurar que os produtos não contaminem alimentos e mananciais, impedir que sementes geneticamente modificadas ‘contaminem’ ou ‘alterem’ a flora no entorno das grandes plantações. Essa deveria ser, sim, a grande bandeira dos ambientalistas, que perdem tempo e gastam energia com devaneios.

Em vez de propugnar o banimento dos agroquímicos e outros recursos tecnológicos, militantes conservacionistas de redes sociais poderiam e deveriam estar à frente de esforços contra o uso inadequado da tecnologia. Também seria de bom alvitre que começassem a pensar economicamente. Sim, porque agroecologia, agricultura e pecuária orgânicas serão cada vez mais respeitadas na medida de aumento de seu rendimento e participação no mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário